terça-feira, 6 de setembro de 2011

Células estaminais podem salvar espécies da extinção


As espécies em vias de extinção podem ganhar um novo folego de vida através de uma técnica de manipulação de células estaminais.

Quando em 1972 um grupo de conservacionistas começou a congelar amostras de pele de espécies ameaçadas, esperavam que um dia a ciência pudesse encontrar uma forma de ressuscitar essas populações fragilizadas.

Agora, a investigadora Jeanne Loring, juntamente com alguns colaboradores, deu um paço fundamental no cumprimento dessa antiga esperança. Loring conseguiu criar células estaminais a partir das células de pele congeladas de duas espécies - o mandril cinzento e o rinoceronte branco.

O avanço científico proporcionado por esta técnica levou os investigadores a planear a construção, a curto prazo, de um zoo de células estaminais congeladas. Os objetivos seriam o estudo do genoma e a criação de terapias de células estaminais para estes animais.

A longo prazo, os cientistas esperam produzir esperma e óvulos a partir das células estaminais, criando desta forma uma terapia reprodutora que poderia ser introduzida noutros programas de reprodução. Isto iria permitir maior diversidade genética em populações muito reduzidas - no caso do rinoceronte branco, existem apenas 7 indivíduos vivos no mundo inteiro e já não se reproduzem há anos.

Loring, que também é diretora do Centro de Medicina Regenerativa da Fundação Scripps, afirma "que o poder de antevisão que tiveram em 1970 quando começaram o programa é impensável. Na altura ainda não tinha sido publicado nenhum genoma e os conceitos do que hoje é possível encontravam-se apenas no domínio da ficção científica."

Para surpresa dos investigadores, o genes humanos mais utilizados na reprogramação de células humanas, também reprogramam as células de pele do mandril cinzento e do rinoceronte branco, se bem que com reduzida eficiência.


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