Há neurónios mais vulneráveis
ao stress
Associação Portuguesa dos
Veteranos de Guerra estima 150 mil casos em Portugal. Estudo
promete tratamento
Os
cientistas da Universidade de Bristol, no Reino Unido, descobriram um mecanismo
no cérebro que poderá explicar por que razão algumas pessoas desenvolvem
stresse pós-traumático. O estudo publicado esta semana na “Proceedings of the
National Academy of Sciences” revela que as hormonas do stresse interagem com
os neurónios que participam nos processos de aprendizagem e memória. Em
comunicado, os autores explicam que o cérebro parece sofrer uma espécie de
adaptação a este tipo de lembranças. Adiantam ainda que a interacção agora
descoberta poderá ajudar a compreender melhor perturbações como a depressão e a
ansiedade.
Os investigadores descobriram que numa população de neurónios no hipocampo,
crucial para a formação da memória, existem receptores para as hormonas
induzidas pelo stresse, chamadas glucocorticóides. Até aqui sabia-se que o
mecanismo onde ocorre esta ligação às hormonas do stresse era importante na
aprendizagem e na memorização mas desconhecia-se que houvesse receptores
específicos para o stresse. Os investigadores sublinham ainda que parece haver
uma alteração genética provocada pela ligação às hormonas do stresse, que
permite que estes neurónios mais vulneráveis fortaleçam o seu papel nos
circuitos cerebrais envolvidos na memória. Este novo conhecimento, dizem,
poderá ajudar a desenvolver medicamentos direccionados para os doentes de
stresse pós-traumático. Em Portugal estima-se que só entre a população de
ex-combatentes existam 150 mil casos.
fonte: Jornal i
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