terça-feira, 9 de agosto de 2011

Cientistas explicam stresse pós-traumático


Há neurónios mais vulneráveis ao stress
  
Associação Portuguesa dos Veteranos de Guerra estima 150 mil casos em Portugal. Estudo promete tratamento

Os cientistas da Universidade de Bristol, no Reino Unido, descobriram um mecanismo no cérebro que poderá explicar por que razão algumas pessoas desenvolvem stresse pós-traumático. O estudo publicado esta semana na “Proceedings of the National Academy of Sciences” revela que as hormonas do stresse interagem com os neurónios que participam nos processos de aprendizagem e memória. Em comunicado, os autores explicam que o cérebro parece sofrer uma espécie de adaptação a este tipo de lembranças. Adiantam ainda que a interacção agora descoberta poderá ajudar a compreender melhor perturbações como a depressão e a ansiedade.

Os investigadores descobriram que numa população de neurónios no hipocampo, crucial para a formação da memória, existem receptores para as hormonas induzidas pelo stresse, chamadas glucocorticóides. Até aqui sabia-se que o mecanismo onde ocorre esta ligação às hormonas do stresse era importante na aprendizagem e na memorização mas desconhecia-se que houvesse receptores específicos para o stresse. Os investigadores sublinham ainda que parece haver uma alteração genética provocada pela ligação às hormonas do stresse, que permite que estes neurónios mais vulneráveis fortaleçam o seu papel nos circuitos cerebrais envolvidos na memória. Este novo conhecimento, dizem, poderá ajudar a desenvolver medicamentos direccionados para os doentes de stresse pós-traumático. Em Portugal estima-se que só entre a população de ex-combatentes existam 150 mil casos.

fonte: Jornal i

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