Os blocos rochosos, vindos do mar, encontrados pela equipa de investigadores
Foi há 73 mil anos. Uma parte de um vulcão na ilha do Fogo, Cabo Verde, ruiu para o mar e o deslizamento criou uma onda 170 metros de altura. Uma equipa de investigadores encontrou vestígios da destruição, na ilha de Santiago, a 220 metros de altura.
Nas ilhas vulcânicas, quando parte de um vulcão se desmorona, pode-se gerar um tsunami. É esta uma das principais conclusões de um estudo publicado esta sexta-feira na Science Advances. A equipa de investigadores, liderada por portugueses, descobriu, na ilha de Santiago, em Cabo Verde, e a uma grande altura acima do nível da água do mar, provas da passagem de um tsunami.
Em concreto o estudo mostra que o colapso pré-histórico súbito de uma das mais altas e ativas ilhas oceânicas - a ilha do Fogo em Cabo Verde - produziu um tsunam gigante com consequências catastróficas.
O artigo agora publicado na Science Advances, uma revista do grupo editorial Science, vem reacender o debate que dura há algumas décadas sobre se os colapsos de ilhas vulcânicas são capazes de gerar tsunamis de grandes dimensões. O trabalho confirma essa capacidade.
As provas encontradas na ilha de Santiago incluem "campos de blocos rochosos, alguns da dimensão de autocaravanas, assim como sedimentos marinhos cobrindo a superfície topográfica da ilha, depositados a grande altura acima do nível do mar".
Esta descoberta alerta também para o perigo potencial dos colapsos laterais de ilhas vulcânicas e para a necessidade da sociedade melhorar a sua capacidade de resiliência a ameaças deste tipo. O colapso da parte lateral do vulcão da Ilha do Fogo aconteceu há milhares de anos, mas o fenómeno pode voltar a acontecer.
Os cientistas alertam que é preciso investigar mais nesta área, investir em equipamento que ajude a prever quando é que os colapsos estão para acontecer e que as autoridades tracem planos para minorar os efeitos do desastre.
fonte: TSF
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