sábado, 17 de setembro de 2011

Imagens de satélite revelam que gelo no Árctico está em mínimos históricos


A espessura dos gelos árcticos tem sido monitorizada por várias equipas internacionais

Este Verão, o gelo que flutua sobre o Árctico atingiu mínimos históricos e poderá mesmo bater um novo recorde, segundo duas equipas de investigadores na Alemanha e Estados Unidos que analisaram imagens de satélite.

Os satélites tiram as medidas ao gelo no Árctico desde 1972, sendo o ano de 2007 aquele que passou o Verão com menor extensão gelada. Agora, uma equipa do Instituto de Física Ambiental da Universidade de Bremen, na Alemanha, revela que em Setembro essa extensão já foi inferior à de 2007, depois de ter analisado as imagens captadas pelo satélite Aqua, da NASA (agência espacial norte-americana). De facto, a 8 de Setembro, os gelos do Árctico cobriam 4,24 milhões de quilómetros quadrados, um “mínimo histórico” inferior em cerca de 0,5 por cento ao anterior recorde registado em Setembro de 2007, salienta Georg Heygster, daquele instituto.

Ainda assim, este não é um assunto consensual. O centro norte-americano especializado na observação da neve e do gelo (National Snow and Ice Data Center) considera que o recorde ainda não foi batido mas está muito perto de o ser, lembrando que o anterior recorde era de 4,1 milhões de quilómetros quadrados.

A diferença entre os dois números explica-se por modelos de cálculo ligeiramente diferentes, comentou Georg Heygster, mas “os resultados são coerentes nos dois casos”. “Parece claro que esta é mais uma consequência das alterações climáticas”, afectando directamente “a vida de pequenos animais, algas, peixes e mamíferos, como os ursos polares e as focas”, acrescentou.

O degelo no mar durante o Verão é, segundo os cientistas, um indicador crucial para a questão das alterações climáticas. “O recuo do gelo no mar não pode ser explicado pela variabilidade natural de um ano para o outro”, sublinhou Georg Heygster à agência AFP.

Uma superfície coberta de neve ou gelo reflecte mais a luz do Sol em relação a uma extensão de mar sem gelo, que absorve mais luz solar e calor. As temperaturas na região árctica aumentaram duas vezes mais depressa do que as temperaturas médias ao longo dos últimos 50 anos. A espessura dos gelos árcticos, monitorizada por várias equipas internacionais, tem vindo a diminuir ligeiramente nas últimas décadas mas ainda é difícil determinar a dimensão do fenómeno, salienta o comunicado da universidade alemã.

fonte: Público

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