Um falha impediu nesta quarta-feira que a estação espacial russa Phobos-Grunt seguisse rumo a Marte e os especialistas têm apenas três dias para tentar recuperar o aparelho, que ficou em órbita terrestre, caso contrário poderá cair no solo. Logo após a falha vir à tona, fontes do setor espacial russo indicaram que pode ter sido causada por um problema mecânico no sistema de orientação da estação ou por um defeito em seus sistemas computacionais.
Horas depois, outra fonte disse em condições de anonimato à agência Interfax que a órbita de apoio na qual a Phobos-Grunt se encontra é bastante baixa, motivo pelo qual não seria possível reprogramar seu voo e existe o risco de que caia na Terra. "Nessa órbita, a estação pode se manter entre cinco e dez dias, período após o qual como resultado da perda de velocidade entrará nas camadas densas da atmosfera e cairá na Terra", disse. A fonte indicou ainda que a possibilidade de recuperar a estação é mínima, e acrescentou: "Seria um milagre".
Fontes da agência russa afirmaram que a Phobos-Grunt ficou na órbita terrestre devido ao funcionamento defeituoso do sistema de comando. "Os especialistas haviam advertido que o sistema de comando da estação interplanetária não estava pronto. O risco de fracassar por seu mau funcionamento era muito alto. Infelizmente, se cumpriram as piores previsões", ressaltou um funcionário que não quis se identificar.
O lançamento da Phobos-Grunt deveria marcar o início de uma missão de 34 meses que incluía o voo a Phobos, uma das duas luas de Marte, a aterrissagem em sua superfície e, finalmente, o retorno à Terra de uma cápsula de 200 gramas com amostras do solo do satélite marciano.
O projecto, com um custo de 5 biliões de rublos (cerca de US$ 170 milhões), caso possa ser concluído, permitirá o estudo da matéria inicial do sistema solar e ajudará a explicar a origem de Phobos e Deimos, a segunda lua marciana, assim como dos demais satélites naturais no sistema solar. A tentativa anterior da Rússia de enviar um aparelho a Marte, em 1996, terminou fracassada depois da queda da sonda, a Mars-96, no oceano Pacífico sem sequer alcançar a órbita terrestre.
fonte: Terra
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