sábado, 12 de novembro de 2011

Gigantes Peludos


Imagem dos bebés mamutes Lyuba e Khroma. Tomografia computadorizada em bebés mamutes revela mistérios da Era Glacial

Imagens de uma tomografia computadorizada (TC) de dois mamutes bebés da Sibéria extraordinariamente bem preservados renderam surpreendentes novos insights sobre essas feras icónicas da Era Glacial. Exames anteriores das características externas dos mamutes sugeriam que as duas criaturas eram bastante semelhantes, exibindo o mesmo estágio de desenvolvimento e idades de morte similares. Mas o novo scanner de corpo inteiro, o primeiro feito em mamutes praticamente intactos - conta uma história diferente. Investigadores revelaram as novas descobertas no dia 5 de novembro no encontro anual da Society of Vertebrate Paleontology.

Os dois bebés mamutes – apelidados de Lyuba e Khroma - foram recuperados do permafrost siberiano, daí o seu excelente estado de preservação, que inclui pelo, pele e órgãos internos. Lyuba, descoberto em 2007, morreu por volta de 42.000 anos atrás; Khroma, encontrado em 2009, é geologicamente mais antigo, mas os especialistas ainda não conseguiram determinar exatamente quando ele viveu.

Embora os bebés sejam parecidos externamente , a tomografia computadorizada mostrou diferenças dramáticas na forma dos ossos do crânio e membros. De acordo com Ethan Shirley, da University of Michigan, principal autor do novo estudo, a face do Khroma é mais vasta e mais robusta do que a de Lyuba e ele tem uma estrutura óssea na ponta do maxilar superior que se parece com um bigode; Lyuba, entretanto, tem os membros mais longos.

Embora os resultados sejam surpreendentes , Shirley e seus colegas acharam que tinham encontrado a explicação. O exame físico havia estabelecido que Lyuba era do sexo feminino, e Khroma masculino. Assim, os investigadores inicialmente atribuiram as diferenças recém observadas na anatomia interna à variação entre os sexos. Mas quando eles observaram mais atentamente os órgãos sexuais na tomografia computadorizada, descobriram características dos tecidos moles do trato urogenital que indicam que Khroma era na verdade fêmea.

Os novos resultados "complicam a nossa visão de desenvolvimento dos mamutes" e sugerem que pode haver maior variabilidade no tempo de desenvolvimento do que se pensava, declara Daniel Fisher , membro da University of Michigan. As diferenças entre os dois mamutes do sexo feminino podem indicar que eles pertenciam a espécies diferentes. Outra alternativa é que a anatomia do mamute pode ter variado ao longo do tempo e de região para região.


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