quinta-feira, 12 de novembro de 2015

Porque é que este exoplaneta pode ser "o mais importante de sempre"?


Concetualização feita por Dana Berry do estúdio SkyWorks, para a NASA, do planeta ao redor da sua estrela vermelha NASA/DANA BERRY

O recém-descoberto GJ 1132b representa uma oportunidade especial para os astrónomos.

A descoberta de um novo exoplaneta que se parece muito com Vénus, anunciada esta quinta-feira na revista científica Nature, está a deixar o mundo da astronomia em polvorosa. O planeta é considerado um dos mais importantes a ser descoberto a orbitar outras estrelas, em parte pela oportunidade que proporciona de analisar a sua atmosfera.

O planeta GJ 1132b, descoberto graças a uma variação excecionalmente pequena no brilho da estrela à volta da qual orbita, é especial para os astrónomos que querem estudar atmosferas fora do Sistema Solar. O planeta é quente, mas não demasiado quente para ter uma atmosfera, e porque se encontra relativamente perto do nosso planeta - a cerca de 39 anos-luz de distância - existem condições para o estudar com algum pormenor, usando por exemplo o telescópio Hubble.

O GJ 1132b, um planeta rochoso como a Terra, é 16 por cento maior do que o nosso planeta e orbita uma estrela mais pequena do que o nosso Sol, uma anã vermelha. A gravidade em GJ 1132b também é parecida com a Terra - uma pessoa que visitasse esse planeta distante iria ter um peso apenas 20 por cento maior do que na Terra. A temperatura, embora demasiado alta para que exista água, não é tão alta como a de outros mundos rochosos identificados fora do Sistema Solar.

"O nosso objetivo final é encontrar um gémeo da Terra, mas pelo caminho encontrámos um gémeo de Vénus", disse o astrónomo David Charbonneau, um dos responsáveis pelo estudo, citado num comunicado do Centro de Astrofísica Harvard-Smithsonian. O planeta é parecido com Vénus na sua temperatura e noutros dos seus traços. "Suspeitamos que terá uma atmosfera parecida com a de Vénus, também, e se for o caso estamos ansiosos por conhecê-la".


O planeta foi descoberto com os telescópios MEarth-South, no Chile, que observavam a pequena anã vermelha. Foi assim que detetaram a variação na luz que ocorre quando um planeta passa à frente da estrela, bloqueando um pouco do seu brilho. Neste caso, a luz da estrela só diminuiu 0,3 por cento. Ainda não foram detetados outros planetas ao redor dessa estrela.


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