quarta-feira, 15 de agosto de 2012

Cientistas descobrem o ‘barulho’ das luzes


Sons boreais são leves e variados e quem quiser ouvi-los tem de prestar muita atenção

Estudo prova que ao produzir-se a aurora boreal ouvem-se sons.

As regiões polares do planeta têm gelo, neve e frio extremo, mas também alguns dos fenómenos mais impressionantes do mundo, como a Aurora Boreal. Esta geralmente ocorre num cinturão de 2 500 quilómetros de rádio com o centro no Pólo Norte magnético e pode ser observada no Alasca (Estados Unidos), Canadá, na parte sul da Groenlândia, Islândia, no norte da Escandinávia e na costa norte da Sibéria.

No entanto, o som associado a estas luzes não é conhecido e até agora ninguém conseguiu explicar o fenómeno.

Segundo a CORDIS, uma equipa da Universidade de Aalto, na Finlândia, fornece novas pistas num estudo que identificou o ponto onde se desenvolvem estes sons, a cerca de setenta metros acima do solo do ponto de medição.

Para realizar as experiências, os investigadores instalaram três microfones num centro de observação de onde gravaram os sons da aurora boreal e determinaram a localização da origem do som após realizar uma comparação dos registros. Segundo a equipa, a aurora boreal era visível do ponto de observação. O Instituto Meteorológico finlandês realizou medições simultâneas das perturbações geomagnéticas que demonstraram um padrão típico destas luzes boreais.

“A nossa investigação provou que ao produzir-se a aurora boreal se ouvem sons naturais aurorais semelhantes ao que se observa”, afirma Unto K. Laine. Segundo o professor da Universidade de Aalto, “até agora pensava-se que a aurora boreal estava demasiado longe para que as pessoas pudessem ouvir os sons que gera, o que continua a ser verdade, mas o nosso estudo mostra que os sons associados à aurora boreal observada provavelmente têm origem nas mesmas partículas de energia solar que criam as luzes no céu. Aparentemente, estas partículas ou a perturbação geomagnética que produzem criam um ‘barulho’ muito mais perto do solo”.

Para obter dados mais específicos sobre a formação dos sons da aurora boreal, é necessário aprofundar a investigação. Nem sempre se produzem os sons. Os investigadores adiantam que os sons registados sem amplificação são semelhantes a uma crepitação ou a estalidos abafados que duram um tempo muito curto. Também são descritos como um ruído distante.

Por causa de diferenças entre estas descrições, os cientistas consideram que os mecanismos que criam estes sons aurorais são diversos. Assim, afirmam que os sons são leves e variados e quem quiser ouvi-los tem de prestar uma enorme atenção.


Sem comentários:

Enviar um comentário