Imagem artística do que poderá ser o sistema de Kepler-47Fotografia © NASA-JPL-Caltech-T. Pyle
Descoberta mostra que conjuntos de dois sóis podem ter à sua volta mundos com órbitas suficientemente estáveis.
No planeta Tatooine, com dois sóis, decorrem algumas das cenas mais memoráveis do primeiro filme da Guerra das Estrelas. Numa cena belíssima, assistimos ao duplo pôr-do-sol. Na altura, anos 70, a ideia podia ser muito cinematográfica e os efeitos especiais eram impressionantes, mas a parte científica era duvidosa, pois os astrónomos consideravam improvável a existência de planetas habitáveis num sistema binário, onde as forças gravitacionais são bem mais destrutivas.
Há um ano foi anunciada a descoberta de um planeta num sistema binário. Uma equipa de astrónomos divulgou agora uma descoberta que mostra a diversidade do Universo, tendo identificado todo um sistema, com pelo menos um planeta na chamada zona habitável, nem demasiado próximo das estrelas nem demasiado longínquo para poder ter água no estado líquido.
A estrela principal do sistema binário é semelhante ao Sol (um pouco menos brilhante) e a estrela menor tem um terço do tamanho e brilho de apenas 1%. Em cada semana que passa, do ponto de vista da Terra, verifica-se um eclipse destes dois enormes objetos.
O sistema Kepler-47 situa-se a 4900 anos-luz da Terra, na constelação do Cisne. Tem pelo menos dois planetas: um interior, que orbita as duas estrelas em 50 dias, e um exterior, o Kepler-47c, cuja órbita dura 303 dias.
Segundo explica o cientista que liderou este estudo, Jerome Orosz, da Universidade de San Diego, as órbitas são muito diferentes das que existem no sistema solar, pois o eixo está em movimento. "Os intervalos de tempo entre os trânsitos [o planeta passa à frente da estrela e reduz a sua luminosidade, sendo assim detetado a partir da Terra] e a sua duração podem variar substacialmente, sendo por vezes curtos, por vezes compridos".
fonte: Diário de Noticias
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