quinta-feira, 30 de agosto de 2012

Mistério que durou quase 200 anos sobre a “larva monstro” foi finalmente solucionado


Por mais de 180 anos os investigadores encontravam os “bebês”, mas nunca os pais

Cientistas e pescadores encontravam sempre as chamadas “larvas monstros” – cujo nome científico é Cerataspis monstrosa – na barriga de outros peixes, mas apesar do esforço significativo, ninguém nunca encontrava a forma adulta da espécie.

O mistério que durou quase dois séculos parece ter sido resolvido depois de um trabalho de um detetive em biologia e professor da George Washington University, Keith Crandall.

Através do estudo do ADN das larvas, Crandall identificou que o Cerataspis monstrosa é a fase larval de um camarão de águas profundas (Plesiopenaeus armatus), mesmo as duas formas sendo absolutamente diferentes.

Em seu estudo, publicado na revista Ecology and Evolution, Crandall explica como a “larva monstro” e o camarão da família Aristeidae são a mesma espécie.

As tentativas de encontrar a fase adulta da larva não foram bem sucedidas na escala de tempo. A capacidade do crustáceo em se transformar num camarão sem nenhuma semelhança com sua fase larval foi um desafio descomunal, pois a diferença é gritante.

C. monstrosa tem uma ‘armadura’ pesada, um corpo grosso e ornamentações com chifres incríveis e é descrito como um “animal monstruoso e disforme”.

Os principais predadores são os gaiados, albacoras, atuns e golfinhos. Foi encontrado um único exemplar do animal na fase adulta no Golfo do México, usado posteriormente na análise genética.



Crandall disse que só no final do século XIX os investigadores começaram a suspeitar de uma possível ligação das “larvas monstros” com algumas espécies de camarões de águas profundas.

O laboratório em que Crandall trabalha já recolhia material genético de crustáceos há anos, o que facilitou comparar as referências genéticas com a do camarão capturado.

“É muito emocionante ter resolvido um enigma de quase 200 anos. Este foi um projeto que envolveu sorte na obtenção de uma amostra. A falta de ligação entre a fase larval e a fase adulta nos fornece uma melhor compreensão da biodiversidade sobre a história da vida e ecologia de um organismo”, declarou Crandall ao portal DailyMail.


Sem comentários:

Enviar um comentário