Um tribunal francês abriu uma investigação de assassinato sobre a morte do líder palestino Yasser Arafat oito anos atrás, disseram os promotores na terça-feira, na sequência de alegações feitas por sua viúva de que ele pode ter sido envenenado.
Arafat morreu num hospital militar de Paris, em novembro de 2004, um mês depois de ser levado, gravemente doente, de seu quartel-general em Ramallah, onde ele vinha sendo efetivamente confinado por Israel por mais de 2 anos e meio.
Saeb Erekat, negociador-chefe da Autoridade Palestina, saudou a investigação. No entanto, ele disse que a Liga Árabe também pediu à Organização das Nações Unidas uma investigação internacional sobre a morte de Arafat, que liderou a campanha dos palestinos para criar um Estado através de anos de guerra e paz.
Alegações de jogo sujo há muito tempo cercaram a morte de Arafat após médicos franceses que trataram dele em seus últimos dias afirmarem que não foi possível estabelecer a causa da morte.
Muitos árabes suspeitam que Israel esteja por trás de sua morte, e o caso voltou aos jornais no mês passado, quando um instituto suíço informou que tinha descoberto altos níveis do elemento radioativo polónio-210 em roupas de Arafat fornecidas por sua viúva, Suha.
Essa substância foi o que matou o ex-espião russo Alexander Litvinenko em Londres, em 2006. Suha pediu a um tribunal no subúrbio parisiense de Nanterre para abrir uma investigação de assassinato após as revelações divulgadas pelo canal de TV por satélite Al Jazeera, sediado no Catar.
No entanto, o Instituto de Radiophysique em Lausanne disse que os sintomas descritos nos relatórios médicos de Arafat não eram consistentes com polónio-210 e não se podem tirar conclusões para saber se ele tinha sido envenenado.
O porta-voz do Ministério de Relações Exteriores de Israel, Yigal Palmor, afirmou que espera que o inquérito francês revele mais sobre as circunstâncias da morte de Arafat.
"Isso não nos pertence. A denúncia apresentada por Suha Arafat com a polícia francesa não tem a ver com Israel ou alguém em particular", disse ele.
"Se o sistema de justiça francesa decidiu abrir uma investigação, esperamos que isso lance luz sobre este assunto."
Erekat disse que um comité palestino que investiga a morte iria continuar o seu trabalho. "Nós saudamos a decisão (francesa)", afirmou.
"Acreditamos que nossa equipa política e médica está trabalhando em paralelo (com o inquérito francês). Ao mesmo tempo, a Liga Árabe já formou um comité que vai pedir uma investigação internacional através do Conselho de Segurança da ONU."
fonte: Yahoo!
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