Fotografia © Wikimedia Commons
Análise do padrão de crescimento das extremidades dos cromossomas permitiu antecipar em 13 anos a descoberta da doença.
Investigadores das universidades de Harvard e Northwestern desenvolveram um teste que permite determinar, com uma eficácia de 100%, se uma pessoa vai ter cancro cerca de 13 anos antes de a doença aparecer.
Segundo o britânico Telegraph, o teste baseia-se na análise de pequenas mudanças que acontecem no corpo humano mais de uma década antes de o cancro o atingir. A descoberta foi publicada na revista Ebiomedicine e refere que são as extremidades dos cromossosmas que revelam com antecedência se o cancro vai ou não desenvolver-se. Estas extremidades têm nome próprio: chamam-se telómeros, estruturas que garantem a replicação e a estabilidade dos cromossomas.
Os investigadores perceberam que o cancro se desenvolve nas pessoas que têm telómeros mais curtos, e que estas extremidades continuam a encolher e a envelhecer até quatro anos antes de a doença se manifestar. Este padrão repetiu-se na análise de variados tipos de cancro, podendo assim estar na origem de novos procedimentos de diagnóstico precoce da doença, explicou ao jornal Lifang Hou, investigador principal. Ainda que muitas pessoas possam não querer saber se vão ou não ter cancro no futuro, esta análise permitir-lhes-ia fazer alterações no estilo de vida que reduzissem o risco de desenvolver a doença.
A hipótese de encontrar novas formas de combater o cancro também está implícita na descoberta: os telómeros ficam mais pequenos de cada vez que uma célula se divide e, quando mais idade tem o indivíduo, mais curtas serão estas extremidades dos cromossomas. O que os cientistas perceberam foi que que as células cancerígenas, que se dividem e crescem com muita rapidez, se apropriam dos telómeros para conseguirem replicar-se pelo corpo. A equipa de cientistas espera agora conseguir identificar de que forma o cancro se apoderar das células e que tipo de tratamentos poderão ser desenvolvidos de forma a que as células cancerígenas se auto-destruam sem prejudicar as que se mantêm saudáveis.
fonte: Diário de Noticias
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