domingo, 26 de janeiro de 2014

Planeta anão Ceres cospe vapor de água por dois lados


Uma ilustração de Ceres IMCCE-OBSERVATOIRE DE PARIS / CNRS / Y.GOMINET, B. CARRY

A cada segundo, seis quilos de água sob forma de vapor são ejectados de Ceres. Investigadores propõem duas origens para este fenómeno.

Há uma cintura de asteróides que divide o Sistema Solar em duas zonas. Esta região, entre Marte e Júpiter, que separa os planetas rochosos (como a Terra e Marte) dos planetas gasosos (como Júpiter e Saturno), tem milhões de objectos, desde pequenas partículas até grandes asteróides. O maior é Ceres, um astro redondo que é considerado um planeta anão tal como Plutão. Agora, os cientistas descobriram duas plumas de vapor de água que se libertam de duas regiões diferentes daquele astro e que dão pistas sobre o seu interior, revela um artigo publicado nesta semana na revista Nature.

Ceres está na parte mais exterior da cintura de asteróides. O planeta anão tem 950 quilómetros de diâmetro (a Lua tem 3,6 vezes este diâmetro). A equipa, da Agência Espacial Europeia (ESA) e do Observatório de Paris, analisou o astro com o telescópio espacial Herschel da NASA e da ESA, cuja missão terminou no ano passado.

Em Outubro de 2012, a equipa viu sinais da emissão de água sob o estado gasoso. Mas só em Março de 2013, durante uma observação contínua de dez horas — suficiente para observar uma rotação completa do planeta anão —, é que as lentes que detectam luz no comprimento de onda dos infravermelhos confirmaram a existência de plumas de vapor de água a sair do objecto.

“Esta é a primeira detecção clara de água na cintura de asteróides”, diz Michael Küppers, da ESA, citado pela revista de divulgação científica New Scientist. Uma das causas para a origem desta água é ser proveniente de uma camada de gelo que está à superfície do astro ou logo abaixo. A luz solar faz este gelo sublimar, passando directamente do estado sólido para o gasoso.

“Outra possibilidade é que ainda pode existir alguma energia no interior de Ceres, e esta energia faria com que a água fosse expelida de uma forma semelhante à dos geysers na Terra. Só que, devido à baixa pressão que existe à superfície do asteróide, o que se libertaria seria vapor e não líquido”, explica Michael Küppers, citado pela BBC News.

O resultado deste fenómeno é que seis quilos de água são libertados por segundo em Ceres, o que equivale a cerca de 520 toneladas ao fim do dia. Os cientistas chegaram a estes números através da quantidade de infravermelhos que eram absorvidos pela pluma de vapor de água. Mas em 2015, quando o satélite da NASA Dawn chegar a este grande pedaço de rocha, a origem desta massa de água poderá começar a ser desvendada.

fonte: Público

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