sexta-feira, 3 de janeiro de 2014

As 10 perguntas mais curiosas sobre alienígenas


Não sabemos se estamos ou não sozinhos no universo, mas suspeitamos que não. Existem muitas chances de que exista vida em outros planetas, um assunto fascinante que provoca a nossa imaginação.

Entretanto, ao imaginar como seriam ou como se comportariam os alienígenas, a gente costuma fazer algumas presunções bastante antropocêntricas (ou seja, a gente acaba assumindo que eles são parecidos connosco de alguma forma), mesmo sem querer.

A ideia que temos de como um extraterrestre deve parecer foi moldada pelas artes e entretenimento que, de uma forma ou outra, criaram alienígenas que prestavam para contar uma história, embora fossem um pouco inacreditavelmente parecidos connosco.

Vamos fazer de conta que a humanidade está a ponto de fazer contato com uma espécie, uma civilização que viva perto de nós. O que podemos e o que não podemos presumir acerca deles? Vamos dar uma olhada, bem especulativa, em alguns factores que merecem um pouco de consideração, e como eles estão relacionados à ciência real e à ficção científica.


10 – Aparência


Todo mundo imagina os alienígenas como sendo humanóides, ou pelo menos com aparência terráquea. Mesmo quando tentamos inventar alienígenas que não se pareçam connosco, buscamos inspiração da fauna terrestre: répteis, crustáceos, ou insetos – só que com tamanho de gente ou um pouco maiores.

Esta ideia é baseada em algumas pressuposições, como a de que eles têm uma bioquímica semelhante à nossa, ou seja, são organismos multi-celulares, com esqueleto, membros para deslocamento e para manipulação do ambiente, cérebro grande o suficiente para alguma cognição.

Mas a evolução deles pode ter tomado outro caminho: eles podem ter outro tamanho, não ter cabeça, ou não ter membros semelhantes aos que vemos no nosso planeta. Eles não precisam nem mesmo ter a mesma bioquímica que nós. Eles poderiam ser criaturas baseadas em silício, com uma estrutura cristalina, e viver em lugares de alta temperaturas, etc.


9 – Energia?


Todos os seres vivos consomem energia na forma de alimento, e o alimento que os alienígenas consomem depende da bioquímica deles. Como serão os alienígenas, então? Como os elementos que nos fazem são os mais abundantes do universo, não é um exagero pensar que eles podem ter uma dieta similar à nossa, pelo menos na parte da química.

Mas será que eles nos verão como presa, ou predador? Como competição, ou intrusão? Ou até como montes fedorentos de resíduos? E como eles se parecerão para nós? Será que a dieta deles vai nos causar nojo, se, por exemplo, forem organismos baseados em amónia? Será que estarão buscando comida ou estarão pensando em alimentar os famintos? Será que a gente vai ser incluído nos “famintos” sem parecer uma espécie inferior?


8 – Qual a história deles?


A história da humanidade inclui bons momentos e maus momentos, mas não deixa de ser uma história interessante, começando 3,5 biliões de anos atrás, com extinções em massa, eras do gelo, povoamento do planeta, guerras, pestes, campos de concentração e génios militares e pacifistas.

E os alienígenas, como será a história deles? A maneira que eles abordarem a gente vai ser um indício disto. Será que eles evoluíram numa sociedade pacifica, e vão nos abordar com certa ingenuidade e boa vontade? Ou será que estão acostumados com a violência e tem tanto aparato bélico quanto diplomático bem desenvolvidos?

Jared Diamond e Stephen Hawking acreditam que existe alguma possibilidade deles serem parecidos connosco, e neste caso viriam para nos dominar, quer pela força ou pela persuasão. Mas esta é uma possibilidade entre muitas.


7 – O que eles esperam de nós?


Nós temos esperança que um contato alienígena traga benefícios mútuos, com cooperação científica, exploração espacial, compartilhamento de recursos e talvez até apreciação de arte.

Mas existe a possibilidade dos alienígenas estarem interessados em nós como nós estamos interessados no gado e nas plantas e animais domesticados: tratamos eles bem, na medida do possível, mas ainda assim os usamos para nosso benefício.

Ou talvez eles tenham este receio em relação à nós, e por isto não estejam tão animados em fazer um contato. Considerando nossa história, seria bem justificado.


6 – Eles são inteligentes?


Imagine só encontrar com um Neandertal. Você pode até conseguir fazer uma conversa, e ele vai compreender alguma coisa, se for relacionada com caça e construção de ferramentas simples, mas talvez ele não consiga entender conceitos mais elevados, como arte, diplomacia, metafísica ou semântica, pelo menos não da forma que nós entendemos. Sendo assim, vai ser um encontro um pouco frustrante…

Um encontro com uma inteligência alienígena pode apresentar o mesmo tipo de frustração, mas por parte dos alienígenas. Como será que eles reagiriam a uma humanidade incapaz de compreender o mínimo necessário para manter uma conversa inteligente com eles? Por outro lado, pode ser também que exista um “nível universal mínimo de inteligência” e a gente tenha atingido o mesmo (e aí, conseguiríamos uma compreensão mútua).

H. P. Lovecraft desenvolveu um conceito, chamado cosmicismo, ou “terror cósmico”, que descreve a incapacidade da humanidade de compreender as enormes forças que governam o universo, e propôs que a magnitude destas forças faz com que a gente seja insignificante no “grande esquema das coisas”. O universo seria para nós algo incompreensível, alienígena, aterrorizante. É uma possibilidade…


5 – Eles desenvolveram inteligência artificial?


Esse é um tema de ficção científica recorrente, e daí tiramos a ideia de que é possível desenvolver uma inteligência artificial que possa agir conforme seus próprios interesses, em vez dos nossos, a ponto de nos ameaçar. Algumas pessoas consideram o problema tão sério que, através do Singularity Institute, querem garantir que toda pesquisa em inteligência artificial seja feita de forma responsável.

Mas não temos como controlar o desenvolvimento de IA por outras civilizações com as quais não temos contato ainda. Apesar da possibilidade ser baixa, ela existe, mas é mais baixa ainda a probabilidade que uma inteligência alienígena também não tenha pensado na possibilidade de uma Inteligência Artificial rebelde.

Mesmo assim, é uma questão válida. E uma que tem produzido bons trabalhos de ficção científica.


4 – E a cognição e emoção?


Estamos acostumados com pessoas da nossa cultura, que pensam mais ou menos da mesma forma. Mas se você for para a Amazónia, vai encontrar os Pirahãs, uma tribo que não acredita em nada que eles não tenham visto, e não é capaz de contar até 3.

Eles são inteligentes, mas a cultura deles simplesmente não desenvolveu a ideia de números. E olha que eles são humanos, como nós. Extrapole agora esta diferença para uma espécie alienígena, e para outros campos além da capacidade de contar. O abismo que nos separa dos alienígenas pode ser imenso!

E não só no aspecto cognitivo; nossas emoções também podem ser completamente diferentes. Atualmente, existem algumas hipóteses que dizem que as nossas emoções são subprodutos da evolução. É possível que uma civilização alienígena, tendo percorrido um caminho evolucionário completamente diferente, não compreenda o significado de uma gargalhada, não se maravilhe ou tenha medo do que nos maravilha e amedronta.

E pode ser que as emoções que eles sintam, a gente não possa nem pensar em compreender. Isto dificultaria bastante a diplomacia interplanetária.


3 – Conhecimento do Universo?


Pode ser que os alienígenas tenham um conhecimento mais profundo e mais sofisticado do universo que nós. Pode ser que eles tenham elucidado a natureza da matéria e da energia escuras, pode ser que tenham um mapa muito mais preciso do universo, e pode ser até que saibam como utilizar a topologia do espaço-tempo a seu favor, algo que a gente só consegue explorar na imaginação, por enquanto.

Mas pode ser que eles tenham uma compreensão limitada do trabalho e conhecimento que outras civilizações são capazes. Por outro lado, como a espécie humana continua evoluindo, pode ser que uma humanidade mais inteligente ou uma espécie mais inteligente que nós derive da espécie humana em 20 mil ou um milhão de anos.


2 – Longevidade?


Existem muitas formas pelas quais a vida pode acabar, desde as incertas e aleatórias, como uma praga, uma explosão de raios gama, ou uma supernova, até as distantes e inevitáveis, como quando as estrelas terminarem todo o combustível nuclear e cessar toda fusão nuclear, em 97 triliões de anos, ou então quando os protões começarem a decair, daqui a 1034 anos, ou quando tudo que restar for fotões, em 10100 anos. Ou então daqui a pouco, se a gente estiver em estado de falso-vácuo.

É de se supor que qualquer forma de vida avançada queira prolongar sua existência indefinidamente, no estado atual ou algum tipo de estado elevado. Que providências eles poderiam tomar para garantir a continuidade da existência?

Algum tempo atrás, quando o Big Crunch era o cenário mais plausível para o fim do universo, o físico Frank Tipler propôs uma solução: a criação de um computador infinitamente poderoso, que pegaria toda a energia do Big Crunch e rodaria uma simulação de todo o universo a partir do último segundo do tempo “físico” (ou seja, um segundo antes do “Big Crunch”). Nossa existência então faria parte desta simulação, como uma gigantesca matrix da qual não haveria escapatória.


1 – Onde eles estão?


Temos uma boa ideia do que é preciso para que um planeta sustente vida, e até descobrimos vários sistemas estelares promissores. As más notícias é que não sabemos o que um planeta precisa ter para sustentar vida inteligente, e há pouca razão para acreditar que os poucos planetas habitáveis que encontramos realmente têm vida. As boas notícias é que examinamos um canto muito pequeno da galáxia, e só o fato de haver planetas habitáveis nas proximidades significa que a probabilidade de haver vida por aí é bastante alta.

Novamente, as más notícias são que estamos limitados pela física para chegar em lugares tão distantes em períodos de tempo razoáveis. Mesmo que consigamos viajar mais rápido que a luz, se a hipótese do Big Rip se tornar verdadeira, cada segundo que passa torna a viagem intergaláctica mais e mais improvável.

Supondo que algum dia possamos curvar o espaço-tempo para viajar a lugares distantes em poucos segundos, onde devemos procurar vida? Não são apenas planetas a certa distância de suas estrelas que devemos procurar. O tamanho, luminosidade, e as manchas da estrela contam, a órbita do planeta, componentes atmosféricos, rotação e inclinação do eixo, tamanho e distância de outros planetas orbitando a mesma estrela, e mesmo a forma e atividade da galáxia em que estão são fatores importantes a considerar.

De qualquer forma, não vamos viajar em busca de alienígenas tão cedo. Se isto for acontecer ainda nas nossas vidas, é provável que seja por que os alienígenas nos encontraram, e não o contrário.

Mas a vida extraterrestre é um assunto cativante, e esperamos que um dia a humanidade venha a saudar criaturas de outro planeta e estabelecer uma relação de mútuo benefício.

fonte: Hypescience

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