Visão artística do novo exoplaneta a orbitar o "gémeo" do Sol L. CALÇADA/ESO
Os novos resultados permitem também concluir que os planetas extra-solares são tão frequentes nos aglomerados de estrelas como à volta de estrelas isoladas.
Graças a um instrumento “caçador de planetas” – o HARPS, instalado num dos telescópios do Observatório Europeu do Sul (ESO) em La Silla, no Chile –, uma equipa de astrónomos descobriu três planetas no conhecido aglomerado de estrelas Messier 67. E um deles tem a particularidade de orbitar uma estrela quase em tudo semelhante ao Sol. Os resultados, fruto de seis anos de observações com o HARPS, mas também de outros observatórios em França, no Chile e nos EUA, foram anunciados esta quarta-feira em comunicado pelo ESO.
Já se conhecem mais de mil planetas extra-solares, mas muito poucos têm sido detectados no interior de grupos de estrelas como Messier 67. Situado a cerca de 2500 anos-luz de nós, este aglomerado, que contém umas 500 estrelas, é dito aberto, por oposição aos aglomerados globulares, muito mais compactos e que podem conter centenas de milhares de estrelas.
Esta escassez de planetas nos aglomerados de estrelas levou os especialistas a perguntarem-se se a formação de planetas seria de alguma forma diferente no seu interior do que é quando acontece à volta de uma estrela isolada, explica o ESO.
A equipa de Anna Brucalassi, do Instituto Max Planck de Garching (Alemanha) monitorizou cuidadosamente 88 estrelas em Messier 67 durante seis anos, à procura das pequenas oscilações das órbitas estelares que indiciam a presença de planetas em seu redor. Como a maioria das estrelas do aglomerado são mais ténues dos que as que têm sido normalmente observadas nas “caças” aos planetas, esta tarefa foi mais difícil do que é costume, “empurrando o HARPS até ao limite das suas capacidades”, lê-se no comunicado.
Os cientistas descrobriram três planetas: dois com um terço da massa de Júpiter e um com uma massa maior do que a massa de Júpiter. "Estes novos resultados mostram que, nos aglomerados abertos, os planetas são mais ou menos tão frequentes como à volta das estrelas isoladas – mas que eles não são fáceis de detectar", diz Luca Pasquini, do ESO, co-autor do estudo."Vamos agora tentar saber se as estrelas com ou sem planetas diferem em termos de massa e composição química."
O planeta que orbita a estrela “gémea” do Sol, que é um dos dois que são mais pequenos do que Júpiter, encontra-se porém numa órbita demasiado próxima da sua estrela – ou seja, fora da zona dita “habitável”, mais temperada, onde poderia existir água líquida, indispensável à vida.
fonte: Público
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