quarta-feira, 15 de janeiro de 2014

Paleontólogos descobrem uma nova espécie de réptil


Ilustração mostra como era o réptil 'Sahitisuchus fluminensis', que viveu no Brasil há milhões de anosFotografia © Serviço Geológico do Brasil

Investigadores do Serviço Geológico do Brasil apresentaram hoje a descoberta de uma nova espécie de réptil, reconstruída a partir de um fóssil encontrado num depósito calcário na cidade de Itaboraí, no estado do Rio de Janeiro.

De acordo com as pesquisas, foi possível observar que o animal, extinto há milhões de anos, possuía cerca de dois metros de comprimento e alimentava-se provavelmente de pequenos mamíferos.

Segundo os paleontólogos responsáveis pela investigação, outros tipos de répteis semelhantes já foram encontrados na Argentina, mas alguns detalhes da sua anatomia, especialmente em relação à formação da mandíbula, justificam a classificação como uma nova espécie.

O novo animal foi batizado de "Sahitisuchus fluminensis", que quer dizer "crocodilo guerreiro do Rio de Janeiro". Com a descoberta, o fóssil tornou-se o mais antigo réptil já catalogado no estado do Rio de Janeiro.

Os paleontólogos ressaltam que a descoberta é importante por mostrar uma espécie reptiliana que sobreviveu à grande extinção ocorrida no final do período Cretáceo, há 65 milhões de anos, quando a maior parte dos dinossauros foi dizimada.

O material utilizado na pesquisa foi localizado e recolhido há 70 anos, em São José, no município de Itaboraí, no estado do Rio de Janeiro, onde há um depósito calcário de formação estimada entre 56,5 e 58,5 e milhões de anos.

O depósito foi descoberto em 1928, mas permaneceu intocado até 1933, quando a Companhia Nacional de Cimento Portland Mauá passou a explorá-la.

Ao longo dos anos, os fósseis encontrados durante atividades na mina eram recolhidos por paleontólogos do Departamento Nacional de Produção Mineral.

Nunca houve, no entanto, estrutura e financiamento para o início de estudos aprofundados com o material, o que veio a ocorrer somente em 2011.

Os estudos foram feitos por uma equipa formada por investigadores do Museu de Ciência Natural e do Museu Nacional, ligado à Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).


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