Veneno destrói os glóbulos vermelhos e evita a coagulação do sangue
Uma espécie de serpente venenosa e potencialmente fatal, que até agora só tinha sido descoberta na Tanzânia, também foi encontrada em Moçambique, noticiou esta terça-feira a agência Lusa.
O biólogo moçambicano Harith Morgadinho Farooq, da Universidade Lúrio, em Moçambique, encontrou a serpente em Março de 2012. Trata-se da espécie Thelotornis usambaricus e até ao momento só se sabia da sua existência na vizinha Tanzânia. Com esta descoberta, sobe para 96 o número de espécies de serpentes contabilizadas em Moçambique.
“O veneno é hemotóxico e até ao momento não existe antiveneno para os seus ataques”, explicou o biólogo à Agência de Informação de Moçambique, segundo a Lusa. “O veneno é fatal. A sorte é que a serpente raramente ataca. Quando se diz que o veneno é hemotóxico significa que, ao contrário do neurotóxico, leva mais tempo a surtir efeito e causa a morte dos glóbulos vermelhos e de tecidos e evita a coagulação das feridas”, explicou por sua vez o biólogo ao PÚBLICO. “O objectivo do veneno hemotóxico é destruir a presa para ajudar o réptil na digestão.”
O que fazer em caso de mordida? Não amarrar o membro mordido para tentar evitar a circulação do sangue; não cortar, sugar, morder, expor a choques eléctricos ou queimar a zona da mordida; e levar o paciente o mais rapidamente possível para o hospital, aconselha o biólogo, que fez a licenciatura e o mestrado, respectivamente, em Biologia e Biologia Marinha na Universidade de Aveiro.
Harith Farooq encontrou dois exemplares da serpente quando fazia um inventário de fauna terrestre na Ilha de Vamizi, arquipélago das Quirimbas, província nortenha de Cabo Delgado. Esta espécie pode chegar a ter 1,2 metros de comprimento, no máximo. Um dos exemplares apanhados tinha cerca de 70 centímetros e o outro um metro.
A seguir, o biólogo enviou um dos exemplares para o Museu de História Natural do Zimbabwe para confirmação taxonómica, um trabalho feito com o especialista Donald G. Broadley, o mesmo que descreveu esta espécie para a ciência em 2001 na Tanzânia.
Actualmente, um dos exemplares trazidos de Vamizi está no Museu de História Natural do Zimbabwe, em Bulawayo, e o outro na colecção de referência de répteis do pólo que a Universidade Lúrio tem em Pemba.
fonte: Público
Sem comentários:
Enviar um comentário