Impressão artística do disco de poeira cósmica à volta de estrela jovem HD 142527, com as correntes de gás a fluirem no seu interior para alimentarem planetas gasosos gigantes em formação ESO
Uma equipa internacional do Observatório Europeu do Sul, no Chile, descobriu correntes de gás que alimentam planetas gigantes.
Astrónomos do Observatório Europeu do Sul (ESO), organização a que Portugal pertence, observaram pela primeira vez correntes de gás a fluirem num disco de poeira cósmica à volta de uma estrela jovem, para alimentarem planetas gigantes gasosos em formação.
As observações foram feitas com o supertelescópio ALMA (Atacama Large Millimeter/submillimeter Array), constituído por 66 antenas parabólicas, que vai ser inaugurado em março no deserto do Atacama, no Chile, mas que já se encontrar parcialmente em funcionamento.
A equipa internacional de astrónomos considera esta etapa fundamental para a formação de planetas gigantes gasosos como Júpiter, e o resultado da sua investigação foi publicado na revista Nature.
Estrela jovem a 450 anos-luz da Terra
A estrela jovem chama-se HD 142527, está localizada a mais de 450 anos-luz de distância da Terra e encontra-se rodeada por um disco de gás e poeira cósmica, os restos da mesma matéria partir da qual se formou.
As teorias mais recentes defendem que os planetas gigantes gasosos crescem à medida que capturam gás do disco exterior de uma estrela, em correntes que formam pontes que atravessam o espaço entre este e o seu disco interior.
"Os astrónomos têm vindo a prever a existência destas correntes, mas é a primeira vez que fomos capazes de as ver diretamente", revela Simon Casassus, da Universidade do Chile.
O papel do supertelescópio ALMA
O astrónomo, que liderou a descoberta, acrescenta que "graças ao novo telescópio ALMA pudemos obter observações diretas que comprovam as teorias actuais de formação de planetas".
"Pensamos que existe um planeta gigante escondido no interior do disco e que dá origem a estas correntes", afirma por sua vez Sebastián Pérez, outro membro da equipa internacional de astrónomos, que também pertence à Universidade do Chile.
O ALMA resulta de uma parceria entre a Europa, a América do Norte e o Leste Asiático, em cooperação com a República do Chile, sendo financiado na Europa pelo ESO, na América do Norte pela National Science Foundation (EUA) em cooperação com o Conselho Nacional de Investigação do Canadá e no Leste Asiático pelos Institutos Nacionais de Ciências da Natureza do Japão em cooperação com a Academia Chinesa de Taiwan.
fonte: Expresso
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