Observe a descida da sonda Huygens como se estivesse em Titã, o maior satélite de Saturno, numa animação feita pela Agência Espacial Europeia.
A Agência Espacial Europeia (ESA), organização a que Portugal pertence, criou um vídeo que reconstitui pela primeira vez a descida da sonda Huygens na superfície de Titã, a maior lua do planeta Saturno, acontecimento que ocorreu há oito anos.
A reconstituição animada foi feita utilizando os dados reais registados e transmitidos pelos instrumentos da Huygens, numa missão em que pela primeira vez uma nave proveniente da Terra pousou no solo de um mundo extraterrestre no Sistema Solar exterior (zona depois da cintura de asteróides entre Marte e Júpiter).
A animação apresenta várias perspectivas visuais da descida da sonda, como se estivéssemos a observá-la a partir de Titã, e tem em conta as condições da atmosfera desta lua, incluindo a influência do Sol e a direcção do vento, o comportamento do paraquedas e a dinâmica da própria aterragem na superfície do mais conhecido satélite de Saturno.
Cassini em órbita até 2017
A sonda Huygens foi lançada da nave não tripulada Cassini em dezembro de 2004, tendo chegado a Titã três semanas depois. A Cassini está em órbita à volta de Saturno desde julho desse ano e vai manter-se operacional até 2017.
A nave conjunta Cassini-Huygens partiu da Terra em 1997 e é a nave que até hoje aterrou mais longe do nosso planeta. É um projeto da ESA, NASA e Agência Espacial Italiana (ASI) que tem como objetivo recolher dados sobre a atmosfera e a superfície do solo de Titã, bem como estudar Saturno e os seus satélites naturais.
Titã é o único satélite natural do Sistema Solar com uma densa atmosfera, maioritariamente constituída por azoto. Comparado com a nossa Lua, tem uma massa 80% mais elevada e um diâmetro 50% maior.
Ciclo hidrológico como a Terra...mas de metano
O seu clima tem estações como a Terra e moldou a superfície de uma forma muito semelhante à do nosso planeta, com ventos e chuvas que criaram rios, deltas, lagos, mares e dunas, isto é, um ciclo hidrológico muito parecido com o nosso.
Mas tem duas grandes diferenças em relação à Terra: o ciclo hidrológico funciona a temperaturas médias muito mais baixas - 179,5 graus negativos - e a sua base não é a água mas o metano no estado líquido e o etano.
Por isso mesmo a Huygens foi desenhada para poder pousar eventualmente na superfície de um lago ou mesmo de um oceano de metano, mas na realidade acabou por aterrar no solo de Titã. Os cientistas acham que este satélite de Júpiter pode ter vida microbiana ou uma química orgânica complexa que possa gerar condições para a emergência da vida, tal como aconteceu na Terra.
fonte: Expresso
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