A nossa Lua por vezes tem um companheiro Fotografia © Romeo Ranoco / Reuters
Para espanto da maioria, a resposta é sim. Por vezes, o nosso planeta tem mais de um satélite natural. Alguns asteróides na órbita do Sol são capturados pela gravidade da Terra e transformam-se em luas temporárias. E há outros fenómenos conhecidos como "quase-satélites".
Luas são definidas como satélites naturais na órbita dos planetas, como aprendemos na escola. E há asteróides que se transformam provisoriamente em luas da Terra.
Astrónomos da Universidade Cornell, nos EUA, publicaram no ano passado um estudo a dizer que a Terra tem, por vezes, mais de uma lua temporária, a que chamaram "mini-luas". São asteróides que foram durante alguns períodos capturadas pela gravidade da Terra, seguiram órbitas complicadas em torno dela e, eventualmente, libertaram-se do nosso planeta, sendo recapturadas pela órbita do sol.
Estas pequenas luas podem ter apenas alguns metros de diâmetro e orbitam o nosso planeta por menos de um ano antes de voltar a uma órbita solar.
Algumas "mini-luas" já foram detetadas, como lembra o site especializado EarthSky. Em dezembro de 2010, Donald Yeomans, especialista da NASA, descreveu num artigo publicado na revista Astronomy um objeto que observou em 2006 e se encaixa nessa descrição.Trata-se do "2006 RH120" que, segundo o astrónomo, começou a orbitar novamente o Sol 13 meses após a sua descoberta. Mas espera-se que o objeto volte a aproximar-se e de novo seja capturado como uma "mini-lua"pela gravidade da Terra ainda neste século.
Mas há também alguns quase-satélites que não podem ser considerados uma "segunda lua".
Os quase-satélites são objetos que estão na órbita solar numa trajetória semelhante à da Terra. A sua órbita faz com que estes objetos levem sensivelmente o mesmo tempo que o nosso planeta a dar uma volta em redor do Sol, ainda que o seu percurso seja um pouco diferente.
O mais famoso, muitas vezes erroneamente chamado a "segunda lua" da Terra, é o "3753 Cruithne". Trata-se de um asteróide de cinco quilómetros de diâmetro que foi descoberto em 1986, mas apenas em 1997 a sua complexa órbita foi desvendada.
Descobriu-se que Cruithne co-orbita o Sol juntamente com a Terra, tal como acontece com outros quase-satélites. No entanto, ao contrário do que se passa com o nosso planeta, a trajetória desses objetos não é estável. Cruithne permanece apenas 5 mil anos na sua órbita atual (quase nada em termos espaciais) e depois deixará de seguir a Terra.
O espaço vazio não é assim tão vazio, afinal.
fonte: Diário de Noticias
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