quinta-feira, 16 de agosto de 2012

Ânfora romana ainda contém o vinho que era comercializado no século I



Uma ânfora romana do século I utilizada para o transporte de mercadorias entre Espanha e Roma, que foi encontrado em 1960 em Vélez-Málaga, contém ainda um líquido que os arqueólogos afirmam ser o vinho comercializado na antiguidade.

O Conselheiro de Cultura e Património de Vélez-Málaga, José Antônio Fortes explicou que a ânfora estava selada com resina e cal e tinha uma tampa hermética que possibilitou a conservação de cerca de 30 litros de um líquido que os técnicos municipais acreditam ser vinho.

Esta peça arqueológica foi encontrada em 1960 durante os trabalhos de catalogação e limpeza que nessa altura foram realizadas para a abertura do Museu de História da Cidade.

A ânfora foi descoberta em 1960, no âmbito de um programa de pesquisas arqueológicas realizadas pela Câmara Municipal e foi armazenada nos sótãos do edifício municipal , onde permaneceu esquecida até agora.

A ânfora foi encontrada perto da foz do rio Vélez, nas ruínas da antiga cidade de Maenoba, e foi datada do primeiro século. 

"Trata-se de um período de grande profusão de viagens entre a Bética & Roma, quando as mercadorias eram comercializadas a um grande ritmo, provavelmente maior do que nos tempos de hoje, sobretudo o vinho, azeite, figos e seda, tudo o que era típico e original desta região" , explicou o presidente da Câmara municipal.

Segundo Fortes, o arqueólogo da Câmara Municipal de Vélez-Málaga, o conteúdo da ânfora é vinho, já que as ânforas utilizadas no transporte do azeite eram de outra tipologia.

O passo seguinte é entrar em contacto com o Conselho Regulador do Vinho de Málaga ou com algum laboratório especializado para analisar o conteúdo da ânfora. 

"Devido ao tipo de vedação, o conteúdo deve estar em perfeito estado e agora nós estamos interessados em saber qual o sabor que tinha o vinho dessa época, se era uma variedade de hidromel ou se era um vinho adocicado e que é típico desta área" , disse Fortes.

A ânfora possui cerca de um metro de altura, duas asas para facilitar o transporte, um longo colo, uma tampa lacrada com cal e resina e uma base ou fundo pontiaguda, para colocação em suportes destinados ao seu transporte em navios.

Esta vasilha fará parte do Museu de História da Cidade a ser construído no antigo Hospital de São João de Deus , fundada pelos Reis Católicos em finais do século XV, e que além desta ânfora albergará peças das épocas mesopotâmica, grega, fenícia e romana. O futuro museu contará com alguns vestígios fenícios dos séculos IX e IV a.C que são já propriedade do município.


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