Cadáveres de tartarugas têm dado à costa em número anormal no Sotavento algarvio. Répteis podem transportar consigo vírus, bactérias ou parasitas e não devem ser manuseados por banhistas.
Pelo menos dez cadáveres de tartarugas deram à costa de praias algarvias em menos de uma semana, número considerado anormal pelos responsáveis do parque oceanográfico algarvio Zoomarine, que apelam aos banhistas para alertar as autoridades.
Entre os dias 29 de julho e 1 de agosto, na última semana, arrojaram na costa algarvia dez tartarugas, sobretudo no Sotavento, nas praias de Vila Real de Santo António, Manta Rota, Barril, Monte Gordo, Quarteira e Falésia.
As tartarugas eram na sua maioria da espécie caretta caretta, a mais comum, embora também tenha dado à costa nestes dias uma tartaruga de couro, uma das espécies mais raras nas águas portuguesas e a maior do mundo.
"Estes são os casos de que nós temos conhecimento e muitos deles nem chegam a ser comunicados às autoridades", disse à Lusa o diretor de Ciência e Educação do Zoomarine, Élio Vicente, apelando para que as pessoas transmitam essa informação.
Cuidados a ter com o manuseamento
Segundo o biólogo, normalmente quem encontra animais arrojados na costa não comunica o sucedido às autoridades, atitude importante tanto para a manutenção da saúde pública como para prevenir mais mortes.
"Por detrás destes incidentes pode estar uma causa coletiva e é importante recolher toda a informação possível para analisar a causa da morte", afirma, sublinhando poder tratar-se de uma epidemia viral ou bacteriana, por exemplo.
Outras causas frequentes são os acidentes envolvendo artes de pesca, hélices de barcos ou embates com motas de água, diz Élio Vicente, alertando para que quem encontrar estes animais tenha o cuidado de não lhes tocar.
"São cadáveres em decomposição de répteis que morreram de causa desconhecida e que podem transportar consigo vírus, bactérias ou parasitas", sublinha, reiterando que só com a proteção de máscara e luvas se deve manusear os animais.
Apelo aos banhistas
Quando os animais dão vivos à costa é pedida a colaboração dos técnicos do Zoomarine, mas quando estão mortos são as autarquias em colaboração com as capitanias que procedem à remoção dos animais para um aterro sanitário.
Fonte da Autoridade Marítima do Sul reiterou à Lusa que todas estas ocorrências devem ser comunicadas às autoridades, que "sabem o que hão de fazer" e se responsabilizarão pela remoção dos animais.
O Zoomarine é um parque oceanográfico situado no Algarve que possui um Porto d'Abrigo para onde podem ser conduzidos para reabilitação animais feridos ou ameaçados.
fonte: Expresso
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