terça-feira, 24 de agosto de 2010

Peritos dizem que relatórios do IPCC deviam ser mais céleres e relevantes


Kevin Trenberth defende uma avaliação do clima em tempo real

O Painel Intergovernamental para as Alterações Climáticas (IPCC) da ONU deveria ser mais célere a apresentar as tendências de aquecimento globais e a identificar erros, defende um painel de especialistas independentes que está a avaliar o trabalho do IPCC.

Esta avaliação, cujas conclusões serão conhecidas a 30 de Agosto, foi pedida por Ban Ki-moon, secretário-geral da ONU depois de o IPCC ter sido acusado de cometer erros no seu relatório de 2007.

“Esta é uma crise embaraçosa mas útil”, comentou Hans Joachim Schellnhuber, director do Instituto Potsdam para a Investigação sobre Impactos Climáticos, um dos especialistas a coordenar a avaliação.

Este grupo de peritos afirma que o IPCC poderia ter um papel mais importante em avaliar os fenómenos meteorológicos extremos, como as inundações no Paquistão ou a onda de calor na Rússia, em tempo real.

“É preciso que haja uma avaliação do clima em tempo real”, diz Kevin Trenberth, responsável pela análise climática no Centro Nacional norte-americano para a Investigação da Atmosfera.

O relatório actual do IPCC “é uma espécie de bíblia escrita de sete em sete anos”, comentou Schellnhuber. O relatório mais recente é de 2007 e o próximo só é esperado em 2013 ou 2014.

O painel de especialistas - liderados por Harold Shapiro, antigo presidente da Universidade de Princeton – deverá apresentar as suas conclusões a Ban Ki-moon a 30 de Agosto. Um dos problemas que precisa ser resolvido é a lentidão na correcção de erros. Foram precisos dois meses para alterar as informações incorrectas sobre o degelo total dos glaciares nos Himalaias e a quantidade de terrenos que ficarão debaixo de água nos Países Baixos. Esta lentidão gerou acusações de que o IPCC não levava em conta as críticas.

fonte: Público

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