Investigadores brasileiros estão a trabalhar no projecto, que é apresentado hoje no 240.º Encontro da Sociedade Americana de Química, em Boston.
A notícia é divulgada pela publicação brasileira 'Veja', e a ideia é esta: a atmosfera produz, naturalmente, humidade. Então, tudo passa por captar essa humidade e conduzi-la de forma proveitosa, procurando gerar electricidade que - esperam os responsáveis do projecto, da Unicamp - possa alimentar casas, recarregar automóveis, etc. No fundo, fazer o mesmo que fazem os painéis solares já existentes no mercado.
Fernando Galembeck, o cientista responsável pelo projecto, diz que a 'nossa pesquisa pode abrir caminho para transformar a electricidade da atmosfera em uma fonte de energia alternativa no futuro'.
A produzir resultados positivos, o projecto, em estudo há 12 anos, traria grandes benefícios económicos para as populações. 'Assim como a energia solar pode fazer com que pessoas não precisem mais pagar pela energia que consomem, essa nova fonte de energia poderá ter um efeito semelhante', diz o cientista.
Como tudo funciona
Contrariamente àquilo que vinha sendo pensado, Galembeck percebeu que as gotas de água presentes na atmosfera, e que lhe conferem mais ou menos humidade, contêm carga eléctrica.
O que a equipa do projecto fez foi utilizar dois elementos químicos presentes no ar – sílica e fosfato de alumínio – e mostrar que a sílica revelava carga negativa na presença de humidade, enquanto o fosfato revelava carga positiva. 'Isso mostrou', elucida Galembeck, 'que a água na atmosfera pode acumular cargas eléctricas e transferi-las para outros materiais que estiver em contacto'.
A experiência já está cunhada: 'higroelectricidade', que não significa mais do que a geração de electricidade a partir da humidade.
Prevenção de raios
Uma segunda funcionalidade seria possível através deste método de geração de energia, ainda em estudo. Os painéis 'higroeléctricos', que se espera venham a ser desenvolvidos, colocados no topo dos edifícios em zonas especialmente húmidas, conseguiriam captar a electricidade presente no ar, evitando as descargas eléctricas que depois se produzem.
As previsões são de que em na próxima década a tecnologia estará pronta a ser utilizada. 'Acreditamos que em dez anos será possível levar essa tecnologia para a casa das pessoas', conclui Galembeck.
fonte: DN
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