Os restos fósseis de uma baleia de 37 milhões de anos estão no centro de um impasse burocrático opondo órgãos do próprio governo egípcio. Os fósseis, encontrados no chamado Vale das Baleias, estão parados no aeroporto do Cairo porque as autoridades aduaneiras querem cobrar sobre eles cerca de US$ 40 mil correspondentes a taxas de importação.
Os restos pré-históricos passaram os últimos dois anos nos Estados Unidos, onde uma equipa liderada pelo paleontólogo Philip Gingerich, da Universidade de Michigan, trabalhou minuciosamente para restaurar e reconstruir o esqueleto. A baleia está voltando para o Egipto para ser exibida num novo museu.
As autoridades egípcias encarregadas da importação dizem que o impedimento é uma burocracia desnecessária e alegam que não têm por que pagar o imposto. Não está claro como foi estabelecido o valor de US$ 40 mil, já que fósseis não têm preço de mercado.
Um porta-voz do Ministério do Turismo egípcio disse que o impasse precisa ser resolvido logo, para não causar um "grande escândalo" negativo para imagem do país. O professor Gingerich gozou da burocracia egípcia, dizendo que foram necessários dois anos e meio para libertar a exportação do fóssil para os Estados Unidos - agora, ele disse, podem ser necessários outros dois anos e meio para trazê-lo de volta.
Fóssil único
De acordo com o paleontólogo, os fósseis da Basilosaurus Isis em questão são os únicos desta espécie de baleia já encontrados completos. No processo de evolução, a Basilosaurus Isis manteve uma minúscula pata relativamente ao seu tamanho. O membro tem o tamanho de pernas humanas, para um animal de cerca de 15 m. Sem função, a perna é uma evidência de que as baleias evoluíram da terra para o mar, o contrário da maioria dos processos evolutivos.
Os fósseis foram encontrados numa área que, acredita-se, era submersa 40 milhões de anos atrás. À medida que o mar se movia rumo ao norte, para os limites de onde hoje está o mar Mediterrâneo, deixou para trás formações rochosas únicas e fósseis em abundância.
fonte: Terra
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