Fotografia © Universidade de Manchester
De 800 múmias do Antigo Egito, um terço só tinha pedaços de materiais. Excesso de procura para oferendas poderá ser explicação
No Antigo Egito não eram só os deuses terrenos - senhores, sacerdotes e seus parentes - que tinham o privilégio de ser mumificados após a morte. Na terra dos faraós havia uma verdadeira indústria para transformar gatos, cães, pássaros e até crocodilos em múmias, que serviam depois de oferendas em rituais religiosos. Mas como esta tem sido uma faceta misteriosa da antiga civilização egípcia, um grupo de investigadores britânicos decidiu olhar para dentro de 800 destas múmias, usando raios X e tomografia computorizada. E a surpresa não se fez esperar: muitas tinham os animais, ou partes deles, lá dentro, mas um terço continha apenas cascas de ovo, penas, pedacinhos de madeira e lama.
O projeto, que foi conduzido pela Universidade e pelo Museu de Manchester, e apresentado como o mais abrangente de sempre no estudo deste tipo de múmias, pretendia fazer luz sobre esta vertente pouco compreendida da civilização egípcia, mas acabou também por levantar novas questões.
A indústria de mumificação de animais floresceu no Antigo Egito durante mais de um milénio, entre 800 a.C. e 400 d.C., e os arqueólogos pensam que havia criação propositada de animais para a produção destas múmias - as estimativas apontam para a existência de mais de 70 milhões delas - que depois eram ofertadas aos deuses em rituais religiosos e fúnebres.
Mas como explicar que uma terça parte das que foram analisadas fosse, por assim dizer, falsificada?
fonte: Diário de Noticias
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