sábado, 29 de dezembro de 2012

Cientologia acusada de ser "organização criminosa"


Igreja da Cientologia em Los Angeles, nos Estados Unidos da AméricaFotografia © Mario Anzuoni - Reuters

O Ministério Público federal belga decidiu processar a Igreja da Cientologia por suspeita de ser uma "organização criminal", autora de fraudes e do exercício ilegal de medicina, noticiou hoje a imprensa belga.

Segundo o jornal flamengo 'De Tijd' e o seu equivalente francófono 'L'Echo', o Ministério Público (MP) acaba de enviar intimações aos responsáveis da Igreja da Cientologia na Bélgica, ao fim de quase seis anos de investigação.

A France Presse tentou contactar os porta-vozes do MP e da Igreja da Cientologia, que não estavam disponíveis para confirmar a informação.

Segundo os jornais belgas, a organização e dois dos seus altos quadros deverão responder sobre infrações diversas à lei, nomeadamente sobre a lei da proteção da vida privada e a da extorsão.

Trata-se de uma nova etapa de um inquérito aberto após o instituto de emprego regional de Bruxelas ter denunciado à justiça suspeitas de falsificação e fraude nos contratos de trabalho de voluntários e assalariados, segundo o 'Tijd' e o 'L'Echo'.

A 11 de abril de 2008, a polícia belga fez buscas e selou a sede da Igreja da Cientologia em Bruxelas, no âmbito deste processo.

A televisão belga difundiu na altura uma reportagem sobre ofertas de emprego falsas que de facto tinham origem na Igreja da Cientologia.

Segundo o testemunho de uma pessoa que respondeu a um desses anúncios, publicados na imprensa, foi-lhe apresentado um contrato em que ela devia aceitar aderir aos princípios da cientologia.

A Igreja da Cientologia, que recusa ser chamada de seita, denunciou então a "má-fé" da justiça belga. Uma dirigente, Myriam Zonnekeyn, afirmou que a organização procurava apenas "voluntários".

Elementos da organização na Bélgica já tinham sido alvo de investigações judiciais num caso de fraude e exercício ilegal da medicina, cuja origem remonta aos anos 1990, mas esses inquéritos ainda não resultaram em qualquer processo judicial no país.


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