Gregory Retallack
A teoria da evolução nos animais poderá ser posta em causa por um estudo de fósseis divulgado esta quarta-feira, que sugere que organismos que se pensa serem antepassados dos animais marinhos podem ter vivido em terra.
Se isto se confirmar, a descoberta pode desafiar a ideia generalizada de que a vida se desenvolveu no oceano durante centenas de milhões de anos, antes de se espalhar pela terra firme.
Os fósseis, designados por Ediacaran, têm entre 542 e 635 milhões de anos e foram descobertos no sul da Austrália em 1946, pensando-se que eram restos de alforrecas, vermes e organismos parecidos com flores que habitam os fundos marinhos.
Através das mais modernas análises químicas e microcópicas, um geólogo da Universidade do Oregon concluiu que são fósseis de organismos terrestres e não de animais.
Podem ter sido líquenes - uma mistura de fungo e alga ou bactéria - ou colónias de micro-organismos, afirmou Gregory Retallack, que considera que os fósseis representam "um braço evolucionário independente da vida em terra que precedeu em pelo menos 20 milhões de anos a explosão evolucionária dos animais terrestres no período Câmbrico".
Se esta teoria estiver correta, conclui-se que alguns organismos fizeram a transição dos oceanos para terra muito mais cedo do que se pensa atualmente, comentou Paul Knath, da faculdade de Exploreção Terrestre e Espacial da Universidade do Estado do Arizona.
O académico Shuhai Xiao, do departamento de geociência do Virginia Tech considerou a teoria "dúbia" e salientou que "representaria uma mudança fundamental no retrato da evolução", acrescentado que "as provas não são convincentes".
fonte: Jornal de Noticias
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