Astrónomos franco-americanos descobriram um planeta muito quente fora do Sistema Solar, formado por diamante e com o dobro do tamanho da Terra, que orbita uma estrela visível a olho nu.
Segundo um dos investigadores, Nikku Madhusudhan, da Universidade de Yale, nos Estados Unidos, "a superfície do planeta é formada por grafite e diamante, mais do que água e granito".
Segundo a AFP, para a equipa de cientistas, trata-se da primeira descoberta de um planeta rochoso fora do Sistema Solar, com uma composição química radicalmente diferente da da Terra.
Os resultados do achado científico foram publicados na revista norte-americana "Astrophysical Journal Letters".
Batizado de "55 Cancri-e", o planeta rochoso tem um raio duas vezes maior do que o da Terra e situa-se a 40 anos-luz do 'planeta azul' (um ano-luz corresponde a 9.461 mil milhões de quilómetros), na constelação do Caranguejo.
O exoplaneta (planeta fora do Sistema Solar) gravita a sua estrela, a "55 Cancri", em apenas 18 horas, ao contrário da Terra, que leva 365 dias a completar a volta em torno do Sol.
Contrariamente também ao 'planeta azul', o "55 Cancri-e" é mais denso, com uma massa oito vezes superior. A temperatura à superfície atinge no exoplaneta 2.148 graus.
O "55 Cancri-e" é formado por ferro, silício e carbono sob a forma de grafite e diamante, com este último a representar pelo menos um terço da superfície do planeta, o equivalente a três vezes a massa terrestre.
Em contrapartida, o interior da Terra é rico em oxigénio, mas muito pobre em carbono, ressalva Kanani Lee, geofísico da Universidade de Yale e coautor da investigação.
O exoplaneta "55 Cancri-e" foi inicialmente observado no ano passado, quando passava diante da sua estrela, o que permitiu aos astrónomos medir, pela primeira vez, o seu raio.
A informação, conjugada com as mais recentes estimativas da sua massa, possibilitou aos cientistas deduzirem a composição química do seu interior, calculando todas as combinações possíveis de elementos e de compostos que produziriam as características físicas específicas do exoplaneta.
fonte: Jornal de Noticias
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