A destruição em Lorca, após o sismo de 11 de maio de 2011 Fotografia © Reuters/Juan Medina
As atividades humanas, em resultado da exploração dos lençóis freáticos, contribuíram para o sismo destruidos que atingiu a 11 de maio de 2011 a localidade histórica de Lorca, no sul de Espanha, e podem mesmo ter agravado os seus efeitos, segundo um novo estudo.
O sismo de magnitude 5,1, cujo epicentro se localizou a apenas três quilómetros de profundidade, matou nove pessoas e fez 130 feridos em Lorca. Mais de 15 mil pessoas ficaram desalojadas pelo sismo que danificou 12% dos edifícios da cidade.
Os cientistas do Departamento de Ciências da Terra da Universidade de Ontário Ocidental (Canadá) descobriram agora que o sismo ocorreu no sistema de falhas de Alhama de Murcia, mais precisamente por causa de um deslizamento de apenas 20 centímetros de um segmento de falha de cerca de dois quilómetros. O facto de estar muito próxima da superfície justificou a destruição.
O principal autor do estudo publicado na Nature Geoscience, Pablo González, e a equipa descobriram ainda que o lençol freático da bacia de Alto Guadalentin, o rio vizinho, baixou 250 metros entre 1960 e 2010, por causa da extração de água feita pelo homem.
Uma simulação sugere que isso resultou na rutura de parte da crosta terrestre próximo do sistema de falhas, o que provocou uma "reação elástica" da crosta que acentuou a pressão na falha. "Os nossos resultados implicam que as atividades humanas podem influenciar a forma e o momento em que os sismos acontecem", afirmam os autores.
Num comentário separado, o geólogo Jean-Philippe Avouac, do Instituto de Tecnologia da Califónia, afirma que a extração de água para uso humano terá provavelmente acelerado um processo natural, mas não terá sido suficiente para desencadear o sismo.
fonte: Diário de Noticias
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