Um grupo de investigadores apontou que cinco bancadas destes animais marinhos, encontradas na Orla Bardot, precisam ser preservadas por serem únicas no mundo.
Num levantamento dos principais tipos de corais existentes no mar em Búzios, na Região dos Lagos fluminense, foi descoberto uma formação específica do siderastrea, que só existe neste local.
A espécie existe em outros espaços no Brasil, mas a forma como os corais estão agrupados, em círculos, é nova e diferente das existentes.
Um grupo de investigadores da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) e do Instituto de Estudos do Mar Almirante Paulo Moreira (Ieapam) constatou, ainda, que cinco bancadas destes animais marinhos, encontradas na Orla Bardot, precisam ser preservadas por serem únicas no mundo.
O resultado foi apresentado na quarta-feira durante workshop promovido pela Prefeitura de Búzios. Participam do evento 30 cientistas das principais universidades públicas do estado do Rio de Janeiro, como Universidade Federal Fluminense (UFF), Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), Museu Nacional e mais representantes de entidades ligadas à pesca, como Faperj e Colónia de Pescadores Z-23.
Segundo Débora Pires, representante do Projeto Coral Vivo, já se sabe que este tipo de siderastrea se reproduz aqui, em geral, nos meses de março e abril, por causa do fenómeno nas águas quentes da ressurgência, o que torna a espécie ainda mais vulnerável e carente de proteção ambiental para evitar o seu desaparecimento.
A morte dessas espécies é outro assunto em discussão entre cientistas. Para o investigador Carlos Eduardo Leite, da UFF, é difícil especificar as causas mortis de qualquer tipo dessa fauna em qualquer lugar do mundo, mas lembrou que um dos factores para isso seria a sedimentação natural que ocorre com o desenvolvimento urbano.
Os cientistas estudam, por exemplo, que efeitos causam a presença de um tipo de alga chamada sargassum vista sobre vários corais buzianos, para saber se estas poderão provocar a morte destes.
Na opinião de Amarildo Chita de Sá, presidente da Colónia Z-23, a única forma de conseguir manter os corais vivos, é conseguir que a Capitania dos Portos autorize a demarcação de uma área de 700 m na Orla Bardot, como já foi feito nas praias de Tartaruga e João Fernandes.
"Trata-se de um lugar raso, de quatro metros de profundidade, mas vai ser importante para impedir que os pescadores que passem por ali, causem danos aos corais", avalia.
Os investigadores também descobriram, próximo aos costões nas áreas de João Fernandes, Orla Bardot e Tartaruga, em boa quantidade de reprodução, 120 espécies de peixes pequenos não ameaçados de extinção, por não serem ainda alvo da pesca para alimentação humana nem comercialização em aquário.
Em contrapartida, confirmaram que peixes maiores como badejo cherne e garoupa, normalmente mortos para serem vendidos a restaurantes, já não são encontrados com facilidade.
fonte: Terra
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