segunda-feira, 14 de agosto de 2017

Genoma do porco modificado para eliminar vírus

Espera-se que os porcos sejam um dia uma fonte de órgãos para transplantes

Espera-se que os porcos sejam um dia uma fonte de órgãos para transplantes OLEG POV/REUTERS

Nova técnica de edição genética usada para alterar ADN dos animais, tornando-os livres de uma família de vírus. Objectivo é que um dia os órgãos destes animais sejam usados para transplantes em seres humanos.

Cientistas usaram uma técnica de edição genética para eliminar vírus em porcos vivos, um passo considerado importante para o transplante de órgãos de suínos compatíveis em humanos, segundo um estudo publicado na edição desta semana da revista Science.

Ao utilizar a técnica CRISPR/Cas9, uma equipa internacional de investigadores editou o ADN do porco para desactivar genes de uma família de retrovírus – a dos retrovírus endógenos porcinos, que podem ser transmitidos de células de suínos para células humanas quando cultivadas juntas, refere um comunicado de imprensa sobre a investigação.

O facto de células humanas infectadas transmitirem o vírus do porco a células saudáveis levou os cientistas a pensarem na necessidade de eliminar os retrovírus caso o transplante de um órgão ou tecido de porco seja feito em pessoas.

Os retrovírus, como os endógenos porcinos e o vírus da sida (VIH), têm no seu genoma apenas moléculas de ARN, e não ADN, como acontece com o vírus da hepatite B por exemplo. Tanto o ADN (ácido desoxirribonucleico) como o ARN (ácido ribonucleico), que se encontram nas células, são responsáveis pela transmissão de características hereditárias.

No estudo, investigadores da China e dos Estados Unidos mapearam e caracterizaram os retrovírus endógenos porcinos presentes no genoma de células de fibroblastos de porco. O grupo conseguiu fazer crescer células de porco viáveis sem os retrovírus, ao adicionar fazer uma série de correcções no ADN.

Quando os cientistas implantaram em porcas embriões “limpos” dos genes dos retrovírus, descobriram que as crias que nasceram não apresentavam sinais de retrovírus, tendo algumas delas sobrevivido até quatro meses após o nascimento.

fonte: Público

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