Reconstituição artística de um quasarFotografia © ESO | M. Kornmesser | Via Wikimedia Commons
Os cientistas estão intrigados com o tamanho e brilho do buraco negro que descobriram, que se formou numa altura em que começavam a surgir as primeiras estrelas e galáxias.
Há quase 13 mil milhões de anos, quando só se passara 6% da vida do Universo e começavam a aparecer as primeiras estrelas e galáxias, já existia um buraco negro 12 mil milhões de vezes mais massivo do que o Sol. Foi o que descobriu uma equipa internacional de cientistas, que encontrou este buraco negro devido ao seu brilho: seria o objeto mais luminoso do Universo primitivo.
Este buraco negro surpreende pelo seu tamanho. Numa altura em que o Universo ainda se encontrava quase todo às escuras já se formara este buraco negro, cerca de três mil vezes maior do que aquele que se encontra no centro da nossa galáxia, a Via Láctea. Foi encontrado pela equipa de cientistas graças ao brilho intenso que a região transmite. Trata-se de um quasar, uma massa de matéria que é acelerada ao redor de um buraco negro, e, embora a maior parte seja engolida, outra parte é expelida num jato de partículas de alta energia muito luminosas.
"É como se fosse o farol mais potente no Universo distante", diz Xue-Bing Wu, da Universidade de Pequim, uma das colaboradoras no estudo. "A sua luz vai ajudar-nos a explorar melhor o Universo primitivo", conta, citado pelo jornal espanhol El País.
As dimensões do objeto espacial estão no limiar daquilo que é possível. "Como puderam um quasar tão luminoso e um buraco negro supermassivo formar-se tão cedo na história do Universo, numa altura logo após as primeiras estrelas e galáxias terem emergido?" pergunta-se Xiaohui Fan, doObservatório Astronómico da Universidade do Arizona, outro dos participantes no estudo publicado na revista científica Nature. "Trata-se de um laboratório único para estudar a agregação de massa e a formação das galáxias ao redor dos buracos negros mais massivos do Universo jovem".
Para detetar estes objetos do Universo antigo, os cientistas têm de olhar para muito longe. Como a velocidade da luz é limitada, quanto mais longe olhamos o universo, mais antigos são os objetos que observamos. Assim, olhar para os objetos que se encontram muito longe e a afastar-se a grandes velocidades é como olhar para trás no tempo, o que permite ver a luz emitida por objetos no Universo quando este era ainda muito jovem. É o caso deste quasar, que foi observado após a equipa de cientistas responsável pelo estudo ter desenvolvido um método de detetar apenas os quasares longínquos que se afastam da Terra a grandes velocidades.
Notícia corrigida a 27 de fevereiro às 12.35: Onde se lia "há quase 13 milhões de anos", a notícia foi alterada para refletir o tempo correto, "13 mil milhões de anos".
fonte: Diário de Noticias
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