terça-feira, 10 de fevereiro de 2015

Investigadores convertem energia solar em combustível líquido

Investigadores convertem energia solar em combustível líquido

O trabalho dos investigadores revê-se no processo natural de fotossíntese

Investigadores da Universidade de Harvard, nos Estados Unidos da América, desenvolveram um sistema que utiliza bactérias geneticamente modificadas para converter energia solar em combustível líquido. O processo é capaz de transformar dióxido de carbono em isopropanol e, se rentável, pode transformar-se numa fonte de energia renovável.

O trabalho dos investigadores revê-se no processo natural de fotossíntese e tenta imitar o mesmo ao integrar uma folha artificial no sistema. Esta, ao receber luz solar e através de um catalisador que divide a água em hidrogénio e oxigénio, consegue, através da bactéria manipulada da espécie "Ralstonia Eutropha", transformar hidrogénio e dióxido de carbono em combustível líquido isopropanol. Ao ser líquido, seria facilmente transportável através das infraestruturas atuais, refere o jornal espanhol "El País".

O estudo publicado dia 9 de fevereiro foi encabeçado pelo químico norte-americano Daniel Nocera, considerado em 2009 pela revista "Time" como uma das 100 pessoas mais influentes do mundo, reconhecendo o seu trabalho em assuntos relacionados com a produção de combustível através da fotossíntese de plantas.

"As células fotovoltaicas têm um considerável potencial para satisfazer necessidades de energia renováveis, contudo são necessários métodos eficientes e escaláveis para armazenar a eletricidade intermitente que produzem e para poder implementar a energia solar em grande escala", esclareceram os autores da investigação na revista científica americana PNAS (Proceedings of the National Academy of Sciences").

Outras equipas de investigação científica já tinham feito descobertas de métodos similares, contudo, tiveram necessidade de acelerar as reações químicas através de metais preciosos, fazendo disparar os custos de produção. A equipa liderada pelo investigador químico Daniel Nocera, emprega catalisadores metálicos existentes na terra como cobalto, capazes de alcançar um desempenho três vezes maior do que os melhores combustíveis eletroquímicos existentes. De acordo com o "El País", para os investigadores, acima de tudo, esta foi uma importante "prova de conceito".

Nocera refere que este sistema ainda não é aplicável em carros. "Até ao momento é apenas uma descoberta científica. Agora temos de melhorar as ineficiências de ser comercial, embora já tão ou mais eficiente do que a fotossíntese natural", como cita o jornal "El País".


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