sábado, 29 de junho de 2013

Missão leva cientistas à descoberta de enigmas sobre o Sol


Imagem da IRIS em plena missão

O Sol é o astro que mais influencia a vida na Terra e, mesmo assim, ainda são muitas as dúvidas dos cientistas sobre a constituição do astro-rei. Para desvendar alguns dos mistérios que ainda persistem, a NASA enviou, quinta-feira, para o espaço, o satélite IRIS. A missão de observações, que durará cerca de dois anos, está orçada em 182 milhões de dólares.

IRIS é a sigla em inglês de Espectógrafo de Imagens da Região de Interface, a qual deu nome à missão da NASA que pretende investigar a forma como a massa que constitui o astro-rei se move, ganha energia e aquece à medida que passa através uma região ainda pouco conhecida na parte inferior da atmosfera solar.

O satélite transporta consigo um telescópio para observar uma região do Sol chamada interface. Essa área é constituída por outras duas: cromosfera e de transição. A interface está localizada entre a fotosfera - que é a superfície mais visível do Sol - e a coroa, ou seja, a atmosfera externa do astro, uma região onde são formados os ventos solares e a maior parte das emissões de raios ultravioleta, com efeitos no clima e na saúde humana.

O IRIS foi concebido para usar um telescópio ultravioleta, de forma a obter imagens de espetro e de alta resolução em poucos segundos.

Segundo explicaram, no início do mês, cientistas da agência espacial norte-americana, os dados obtidos pelo satélite permitirão compreender como a energia "é distribuída até ao milhão de graus Celsius na coroa solar" (parte exterior da cromosfera solar, que é uma das camadas solares) e como é conduzido o vento solar (emissão contínua de partículas carregadas provenientes da coroa solar).

Os cientistas pretendem também saber por que motivo a temperatura na coroa solar é muito mais alta do que a temperatura da fotosfera, que atinge os seis mil graus Celsius.

Jeffrey Newark, investigador da NASA responsável pela missão, disse que com ela pretende-se "observar como os gases solares se movem, reúnem energia e aquecem nessa região da interface".

Segundo explicou, "nessa região é gerada a maior parte da radiação solar que provoca impacto no ambiente espacial próximo da Terra".

Jeffrey Newark chamou a atenção para o facto de a Terra e todos os outros planetas do nosso sistema solar estarem localizados na atmosfera estendida do Sol, denominada heliosfera. Segundo explicou, essa região é constituída por matéria magnetizada, entrelaçada por radiação e partículas energéticas.

"A radiação do Sol conduz o nosso sistema climático e sustenta a biosfera da Terra", realçou. "Muita da nossa infraestrutura de comunicação, vigilância e navagação, incluindo sistemas de GPS críticos, operam num ambiente criado e dirigido diretamente pela produção solar", salientou.

Ainda agora foi lançada a missão e a NASA planeia já uma outra, denominada Solar Probe Plus. Esta deverá ser lançada em 2018 e terá por intuito continuar as investigações, mas a uma distância cada vez menor do Sol. Segundo explicou Jeffrey Newmark, a sonda terá uma espécie de escudo a protegê-la das radiações e de temperaturas que podem chegar aos 2000 graus Celsius.


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