O polo norte de Marte tem 1000 km de diâmetro e é aqui representado por um mosaico de 57 fotos tiradas pela Mars Express. A primeira sonda planetária europeia foi lançada precisamente há dez anos ESA/DLR/FU Berlin–G. Neukum
Para assinalar o décimo aniversário da sonda europeia Mars Express, a Agência Espacial Europeia divulga imagens inéditas da calote de gelo de polo norte de Marte, que tem mil quilómetros de diâmetro.
É uma calote de gelo resplandecente com espirais escuras na sua superfície, que marca a paisagem do polo norte de Marte. A Agência Espacial Europeia (ESA) reuniu um mosaico de 57 fotos tiradas pela Mars Express para assinalar os dez anos de lançamento da sonda, que foi a primeira missão planetária europeia.
As fotos foram tiradas quando a sonda estava a 300 a 500 quilómetros de altitude e a calote de água gelada e poeiras tem cerca de 1000 km de diâmetro e dois quilómetros de profundidade.
Em cada inverno a calote cresce 1,5 a dois metros em altura e as espirais devem-se à direção dominante dos ventos fortes típicos dos polos do planeta vermelho.
A calote está coberta por uma fina camada de dióxido carbono gelado com centímetros de espessura. Durante os meses do verão marciano, a maior parte deste dióxido carbono evapora-se.
No canto inferior esquerdo vê-se um desfiladeiro com 318 km de comprimento e dois quilómetros de profundidade chamado Chasma Boreale. O fundo deste desfiladeiro está forrado por dunas de areia escuras, cobertas de geada.
Sonda Mars Express envia enorme quantidade de dados
A Mars Express, que custou 300 milhões de euros e foi lançada pelo foguetão russo Soyuz, ia equipada com sete instrumentos de deteção remota e uma pequena nave, a Beagle 2, destinada a aterrar na superfície de Marte para fazer medições no solo e nas rochas.
Mas no dia em que era suposto aterrar - 25 de dezembro de 2003 - a ESA perdeu todos os contactos com a nave, que foi declarada perdida. Em todo o caso, a Mars Express tem enviado uma enorme quantidade de dados científicos sobre o planeta vermelho.
Estudos globais de alta resolução da superfície e subsolo de Marte, da sua atmosfera e clima; procura de água nos seus vários estados (sólido, líquido ou gasoso); e exploração das duas pequenas luas do planeta, Phobos e Deimos, têm sido as principais actividades da sonda europeia.
Água em abundância e talvez metano
No que diz respeito à água, foram obtidos mapas inéditos da distribuição de água e dióxido de carbono gelados nas regiões polares. Foi também detetada a presença de um grupo de minerais designados por filossilicatos à superfície em algumas áreas, um sinal de que existiu água no estado líquido em abundância no início da história do planeta.
Em contrapartida, a presença de sulfatos e óxidos de ferro sugere um planeta mais frio e seco em épocas mais recentes, ou seja, um planeta apenas com momentos episódicos de existência de água na sua superfície.
A Mars Express fez o mapa mais completo de sempre da composição química da atmosfera de Marte, tendo descoberto a provável presença de metano, o que pode indicar uma geologia ativa do planeta ou mesmo processos químicos de origem biológica.
Mas a ESA, organização a que Portugal pertence, admite que só a próxima missão europeia a Marte, a Exomars Trace Gas Orbiter, poderá confirmar estas hipóteses em 2016.
fonte: Expresso
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