A prática de sotaques estrangeiros costuma ser melhor quando treinada no país do qual se pretende adquirir a maneira de falar. Mas uma mulher norte-americana descobriu uma, pelos vistos, melhor e mais eficaz maneira de aprender um sotaque: operação aos dentes.
Apesar de nunca ter ido à Europa, Karen Butler desenvolveu um sotaque britânico quase 18 meses depois da operação onde removeu os dentes da parte superior do maxilar, e mais alguns frontais da parte inferior.
Ao reduzir o inchaço, Karen reparou que não conseguia evitar falar de uma maneira estranha, ao que o seu médico reagiu com naturalidade, apontando para a necessidade da sua paciente se habituar aos novos dentes que lhe foram colocados.
Ao reparar que estava a modificar o seu sotaque inadvertidamente, a mulher pesquisou na Internet e auto-diagnosticou-se com o Síndrome de Sotaque Estrangeiro, uma condição que, apesar de peculiar, não deixa de ser factível.
A aquisição de um novo sotaque resulta habitualmente de uma operação ao cérebro, escreve o Daily Telegraph, mas o síndroma de Karen Butler é apenas partilhado por mais uma dúzia pessoas cujos casos são conhecidos.
Karen Butler não se apercebem, garante, do seu próprio sotaque, afirmando apenas que nota ao falar que forma as palavras de uma maneira diferente.
O vice-presidente do Departamento de Neurologia e Ciência da Universidade de Oregon, estado onde reside Karen Butler, disse ter a certeza que este caso «é um fenómeno real» e que «as pessoas não estão a inventar».
«Não sabemos o que aconteceu ou como aconteceu, mas parece afectar simplesmente o ritmo da fala», apontou.
A realização de eventuais exames médicos ao cérebro da paciente poderia prestar informações valiosas ao estudo do caso, mas Karen Butler confessou que, apesar de ter tentado, o seu seguro de saúde não cobre as despesas dos exames neurológicos.
fonte: Sol / The Telegraph
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