domingo, 26 de junho de 2011

O brilho metálico dos besouros


Tons dourados e prateados sentilham na floresta

Já dizia o famoso ditado popular: “Nem tudo que reluz é ouro”. O brilho metálico desses insectos pode ser a luz solar refletida. O Chrysina aurigans (esquerda) e o Chrysina limbata (direita) são espécies que parecem ser feitas de ouro e de prata, mas seus exoesqueletos são feitos da mesma quitina que cobre baratas e lagostas.

Esses besouros não brilham por sua pigmentação química ou incorporação de metais reais. Em vez disso, uma nanoestrutura feita de multicamadas que criam os efeitos metálicos. Um estudo publicado pela Optical Materials Express por investigadores da Universidade da Costa Rica fornece novos detalhes dessa cor estrutural.

Os élitros desses besouros têm 70 camadas de quitina com diferentes índices de refração que intensificam brilho e cor. Usando um espectrómetro especial para medir a luz refletida da superfície dos élitros, os investigadores descobriram que o besouro prata reflete a luz em todo o espectro visível enquanto o dourado reflete luz em comprimentos de onda maiores do que 515 nanômetros, semelhante ao espectro de reflexão dos metais reais.

Ao contrário de outros animais que apresentam cores metálicas, como borboletas e pavões, os besouros mantém o tom metálico em qualquer ângulo em que são observados.

Apesar da semelhança, o brilho dos besouros não resulta do mesmo processo que dá brilho ao metal. "As propriedades ópticas do ouro e da prata são determinadas pelas contribuições de electrões livres vinculados à absorção de luz", explica o co-autor William Vargas.

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