quinta-feira, 30 de junho de 2011

Climatólogos internacionais ameaçados de morte por causa das suas investigações


Os cientistas estão a ser pressionados por causa das suas conclusões sobre o clima

A organização científica norte-americana AAAS, que publica a revista “Science”, diz-se preocupada com as perseguições e ameaças de morte contra vários climatólogos internacionais, uma situação que estará a condicionar a livre troca de ideias.

A Associação Americana para a Promoção da Ciência (AAAS, sigla em inglês) fez eco das queixas de investigadores, alvos de propostas ameaçadoras e de emails injuriosos, suscitados pelos seus trabalhos sobre o impacto das alterações climáticas, resultantes das actividades humanas.

Esta associação conta que na Austrália vários climatólogos de alto nível foram alvo de pressões sucessivas e ameaças de morte, através de emails que já levaram a polícia a abrir um inquérito.

Nos Estados Unidos, deputados do Congresso e grupos de militantes tentaram ter acesso a dossiers detalhados de investigadores sobre o clima.

A AAAS precisa ainda que o American Tradition Institute (ATI), organismo ultra-conservador, pediu à Universidade da Virgínia para lhe revelar os milhares de emails e outros documentos redigidos por Michael Mann, antigo professor desta universidade e eminente climatólogo.

Esta pressão “criou um ambiente hostil que impede a livre troca de resultados científicos e torna difícil a transmissão de informações aos decisores e ao grande público”, escrevem os membros do conselho de administração da AAAS, numa carta aberta.

“A AAAS opõe-se vigorosamente contra os ataques que visam os investigadores e põem em causa a sua integridade pessoal e profissional, onde os ameaçam devido ao descontentamento suscitado pelas suas conclusões científicas”, continua a organização.

“Os cientistas e decisores políticos podem estar em desacordo sobre as conclusões científicas sobre as alterações climáticas (...). Mas a comunidade científica dispõe de métodos aprovados e bem definidos para resolver os desacordos suscitados pelos resultados das investigações”, lembrou ainda.

fonte: Público

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