Suspeita de assassinato está agora detida
M. queria que o filho, deficiente, morresse e contratou um pai-de-santo brasileiro, com quem se envolveu
A história é sórdida do princípio ao fim: uma mulher de Odemira conhece um brasileiro, alegadamente pai-de-santo, em Cascais, e encomenda-lhe a morte do seu próprio filho deficiente. M. encontra-se com o bruxo e paga-lhe 20 mil euros para que este, "provavelmente com o recurso a bruxarias", se encarregasse de matar o rapaz, contou ao i fonte da Polícia Judiciária (PJ).
Com o passar do tempo, a mulher e o bruxo brasileiro envolvem-se sexualmente e passam a encontrar-se com regularidade. Mas a relação rapidamente azeda, porque M. continua a insistir na morte do filho - que tardava em acontecer. A dada altura, a mulher decide mesmo exigir a devolução dos 20 mil euros que teria pago ao brasileiro, mas é chantageada pelo homem: se continuasse a pedir os 20 mil euros, o bruxo contaria a toda a gente que ela estava interessada em matar o próprio filho. Para recuperar a quantia, a mulher terá então contratado os serviços de um homem ucraniano que conhecia, também residente nos arredores de Odemira, para "fazer desaparecer" o bruxo.
Há dois meses, M. terá então convidado o pai-de-santo para jantar em sua casa e apresentou--lhe o ucraniano. O objectivo do encontro, acredita a PJ, terá sido "preparar a sua morte". Para isso, e para que o bruxo não oferecesse resistência, embebedaram-no. O emigrante ucraniano terá dito que não tinha carro para regressar a casa - numa propriedade isolada no concelho de Odemira. O brasileiro ter-lhe-á dado boleia e terá sido durante esse trajecto que foi assassinado, "de forma violenta", descreve a PJ. Antes de morrer, o pai-de-santo foi "brutalmente espancado" e o cadáver foi enterrado "numa das extremidades" da propriedade do ucraniano. A PJ de Setúbal, que investigava o desaparecimento do brasileiro, encontrou o corpo e desenterrou-o com a ajuda da Protecção Civil e dos bombeiros. O ucraniano e a mulher, portuguesa, estão detidos a aguardar interrogatório judicial.
fonte: Jornal i
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