Água viva de águas profundas usa bioluminescência para "gritar" por socorro quando atacada. Animal foi registrado a 805 m de profundidade no leste da ilha de Izu-Oshima, no Japão
Caranguejos, lagostas e outros crustáceos são as espécies mais comuns nos oceanos e nos mares da Austrália e do Japão, cujas águas são as mais variadas, de acordo com um censo da vida marinha divulgado nesta segunda-feira.
"Fizemos uma descoberta. Aprendemos coisas novas", disse Jesse Ausubel, um dos fundadores do projecto Censo da Vida Marinha, que reuniu a extensa pesquisa. As águas do Japão e Austrália abrigam cada uma cerca de 33 mil formas de vida que foram alçadas à categoria de "espécie".
As águas da China, do Mar Mediterrâneo e do Golfo do México também estão na lista das cinco regiões marinhas com maior biodiversidade, segundo o censo preliminar na divulgação dos dados na Biblioteca Pública de Ciências (PLoS ONE).
O ambicioso censo é o resultado de uma pesquisa realizada por 360 cientistas a um custo de US$ 650 milhões ao longo de 10 anos. Os cientistas combinaram as informações obtidas durante séculos com dados novos obtidos durante o censo da última década para criar uma lista de espécies em 25 regiões, da Antártica ao Ártico, passando pelos mares temperados e tropicais.
O inventário será completado com informações obtidas em países como Indonésia, Filipinas, Madagascar e no Mar da Arábia, em um trabalho mais amplo que será divulgado em Outubro. Mesmo com isso, o inventário ficará incompleto, indicou Nancy Knowlton, da Smithsonian Institution e responsável pela pesquisa nos recifes de corais.
"O oceano é simplesmente tão amplo que depois de dez anos de trabalho duro, ainda temos apenas instantâneos, embora alguns muito detalhados, do que o mar abriga", indicou Knowlton.
Até agora, o estudo registou por volta de 10.750 espécies conhecidas e com nome em determinadas regiões, e os investigadores acreditam que, para cada espécie conhecida, haja pelo menos quatro a serem descobertas. E a descoberta de que os crustáceos são os mais numerosos, mudará a forma como os seres humanos apreciam o mar.
"Quando nós homens pensamos no oceano, pensamos em peixes e em baleias", disse Ausubel. "Mas os grandes mamíferos representam apenas 2% da diversidade; e os peixes, 12%. Deveríamos pensar primeiro em crustáceos e moluscos", acrescentou.
Quase a quinta parte de toda a vida marinha é composta de crustáceos, seguidos de perto pelos moluscos - lula, polvos, caramujos e lesmas - que representam 17%. Depois, com 12%, estão os peixes, entre os quais estão os tubarões.
Os micro-organismos unicelulares das famílias dos protozoários e das algas, assim como outros tipos de organismos com forma de planta, estão em quarto lugar, com 10%.
Os conhecidos mamíferos marinhos, como as baleias, estão incluídos nos vertebrados categoria "outros" e representam apenas uma pequena parte da biodiversidade marinha. As algas, protozoários, aves e mamíferos marinhos que cruzam com frequência os oceanos do mundo são consideradas as espécies mais cosmopolitas, já que foram registadas em mais de uma região.
As víboras luminosas - ou Chauliodus Sloani - são encontradas em mais de um quarto dos mares do mundo. Os cientistas envolvidos no inventário da vida marinha consideram que é preciso catalogar as espécies que estão em risco de extinção.
"As espécies marinhas sofreram um grande declínio - em alguns casos as perdas são de 90% - devido às actividades humanas e muitas entram directo em extinção, como aconteceu com muitas espécies terrestres", disse Mark Costello, da Universidade de Auckland, Nova Zelândia, ao explicar a urgência de se completar o inventário.
fonte: Terra
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