Um artista fez esta representação de um dos dinossauros descobertos nos Pirinéus Fotografia © Sydney Mohr, Universidade de Alberta
As investigações realizadas a sul dos Pirinéus quadruplicaram a quantidade de dinossauros conhecidos nessa região.
Seis dinossauros novos foram identificados a sul dos Pirinéus. A investigação da Universidade de Alberta, no Canadá, baseou-se em escavações realizadas em três localidades espanholas, e o que descobriram permitiu multiplicar por quatro a diversidade de dinossauros na região. Tudo por causa de 142 dentes.
As novas espécies de dinossauro identificadas habitavam na região que hoje é a Espanha, e foram identificadas e distinguidas através das diferenças entre os seus dentes. Os dinossauros carnívoros, como eram os destas espécies, substituíam constantemente os dentes ao longo da vida, pelo que existem fósseis muito numerosos de dentes isolados.
"Estudar estas pequenas partes ajuda-nos a reconstruir o mundo antigo onde viviam os dinossauros e a perceber como aconteceu a sua extinção", disse a principal autora do estudo, Angelica Torices, citada num comunicado da Universidade de Alberta. Torices assina o estudo juntamente com o famoso paleontólogo Philip J. Currie.
Torices explicou que o estudo dos dentes é essencial para conhecer as criaturas do Cretáceo Superior, um período que já acabou há mais de 65 milhões de anos, no território que hoje é a Europa. "Nós não temos esqueletos completos de terópodes dessa altura", justificou a investigadora. "Por isso temos que depender destes elementos pequenos para reconstruir a evolução desses dinosauros, em particular os terópodes", dinossauros carnívoros ou omnívoros que se deslocavam em duas pernas.
A descoberta das novas espécies, publicada na revista científica Acta Palaeontologica Polonica, ajuda a perceber melhor o ecossistema da era do Cretáceo nesta região. Torices destaca que a nova descoberta ajuda a perceber melhor o impacto das mudanças climáticas na extinção das espécies. "Os modelos climáticos mostram que poderemos atingir temperaturas do Cretáceo no próximo século, e a única forma de estudarmos a biodiversidade sob essas condições é através dos fósseis", disse Torices, citada no comunicado.
fonte: Diário de Noticias
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