domingo, 2 de março de 2014

A história dos OVNIs


O termo "OVNI" (do inglês ufo - unidentified flying object), largamente utilizado hoje, é relativamente recente. Foi criado pela Força Aérea dos Estados Unidos no início dos anos 50, em meio aos milhares de relatos de avistamentos que passaram a pipocar em todo o território americano desde o incidente de Washington, em 1947. O termo se refere a qualquer objeto extraordinário, em vôo ou pousado, que o observador não consiga identificar. Após investigação, 90% dos casos são solucionados. Em geral, trata-se de aviões em treino, balões meteorológicos, planetas, cometas, meteoros ou até mesmo fenómenos atmosféricos que pouca gente conhece, como formações incomuns de nuvens e alguns tipos de relâmpagos. O grande mistério, no entanto, reside nos 10% de casos que permanecem sem explicação.

Os casos de avistamento de ovnis são muito comuns entre pilotos de avião. Normalmente, as testemunhas descrevem objetos ou luzes misteriosas que riscam o céu numa velocidade muito maior que a das aeronaves conhecidas. Sozinhas ou em bandos, elas fazem inúmeras manobras arriscadas e desaparecem rapidamente, sem deixar vestígios. Um dos casos clássicos é o dos Foo Fighters (algo como "aviões caça-fantasmas"). Durante a Segunda Guerra Mundial, pilotos americanos relataram ter observado bolas luminosas e coloridas que surgiam do nada e pareciam perseguir seus aviões. A essas luzes, algumas vermelhas, outras laranjas e brancas, que piscavam como luzes de árvores de natal, eles deram o nome de Foo Fighters. Os americanos achavam que eram armas secretas dos países do Eixo. Curiosamente, os pilotos alemães relataram a mesma coisa - e pensavam que fossem armadilhas dos Aliados. Na explicação de alguns ufólogos, tratava-se na verdade de naves extraterrestres com a missão de espiar as operações militares na Terra.

Para muitos ufólogos, os relatos de discos voadores são tão antigos que eles aparecem até na Bíblia. A estrela de Belém (que guiou os três magos ao menino Jesus), por exemplo, seria um disco voador. Outro caso teria sido testemunhado pelo profeta Ezequiel, em 593 a.C. No Velho Testamento, ele descreve uma carroça de rodas de fogo que teria descido dos céus. A carroça teria quatro animais com asas que se moviam em conjunto. Acima dos animais havia uma espécie de divindade ardente, "de metal brilhante, com aspecto de fogo", cercada por um halo resplandecente. No livro Eram os Deuses Astronautas?, publicado em 1968, o escritor suíço Erich von Däniken afirma que Ezequiel testemunhou, na verdade, a chegada de uma nave espacial. O relato seria uma prova de que a Terra tem sido visitada por alienígenas desde tempos remotos. Os indícios estariam espalhados por todo o planeta. Segundo o escritor, obras colossais, como os moais da ilha de Páscoa e as pirâmides do Egito, só poderiam ter sido executadas com a ajuda de visitantes tecnologicamente mais desenvolvidos, ou seja, por seres extraterrestres. Logo surgiram críticas a Däniken. Uma delas veio do engenheiro austríaco Josef Blumrich, da Nasa, a agência espacial americana. Blumrich estava disposto a derrubar a ideia de Däniken, mostrando que, do ponto de vista da engenharia, uma nave com as descrições de Ezequiel não se sustentaria. Para sua surpresa, no entanto, após uma série de estudos, ele constatou que a descrição poderia corresponder a um módulo de aterragem lançado por uma nave-mãe (que seria a tal divindade resplandecente metálica descrita pelo profeta). Para Blumrich, os quatro "animais" talvez fossem quatro conjuntos de engrenagens de pouso, cada um munido de uma roda para manobras em terra. As "asas" poderiam ser hélices de helicóptero, usadas para o posicionamento final, antes de tocar o solo, com a propulsão fornecida por um motor de foguete situado no corpo da nave. Nem todo mundo, no entanto, aceitou as hipóteses de Blumrich. A explicação de outros cientistas é que, provavelmente, Ezequiel testemunhou um fenómeno meteorológico complexo e raro chamado parélio - uma mancha luminosa e colorida formada pela refração da luz solar através de pequenos cristais de gelo em suspensão na atmosfera.


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