Imagem da Nasa demonstrando o buraco na camada de ozono sobre o Antartico Fotografia © REUTERS/NASA
Cientistas britânicos identificaram quatro novos gases com origem desconhecida que estão a contribuir para a destruição da camada do ozono.
Um grupo de investigadores da Universidade de East Anglia, no Reino Unido, identificou quatro novos gases atmosféricos a partir de análises ao ar, algumas recolhidas nos anos 70. A origem das substâncias permanece desconhecida, mas é certa a sua contribuição para o aumento do buraco da camada do ozono.
A camada do ozono, localizada entre 15 a 30 quilómetros da superfície da Terra, representa um papel essencial na sobrevivência no planeta, uma vez que é responsável pela absorção de cerca de 95% da radiação ultravioleta solar.
A descoberta, em 1985, do buraco da camada do ozono fez com que fosse assinado, entre mais de 150 países, o protocolo de Montreal, em 1987, com o objetivo de proibir a emissão das substâncias gasosas que contribuíam para a sua deterioração. Os CFC (clorofluorocarbonetos) utilizados em aerossóis, refrigerantes, solventes e na produção de espuma rígida de empacotamento foram identificados na altura como os principais destruidores da camada. Estes gases, inventados nos anos 20, têm uma capacidade de sobrevivência entre 50 a 100 anos.
Agora, os investigaores descobriram indícios de quatro novos gases potencialmente perigosos para a destruição da camada que entraram na atmosfera por fontes ainda não conhecidas. Três dos gases foram identificados como CFC e o outro como HCFC (hidroclorofluorocarboneto), que pode também danificar o ozono.
Os cientistas estimam que 74 mil toneladas destes gases foram lançados para a atmosfera e estão a acumular-se a um ritmo que é motivo de preocupação. As novas substâncias podem estar a ser produzidas por fábricas e possivelmente de maneira ilegal, uma vez que "não estavam presentes na atmosfera até à década de 60, o que sugere que podem ser produzidos pelo Homem", afirma Johannes Laube, um dos principais responsáveis pelo estudo publicado na revista Nature Geoscience.
A destruição da camada do ozono poderá ter consequências graves no futuro porque "os CFC estão a ser destruídos muito lentamente na atmosfera e mesmo que as emissões parassem imediatamente, ainda permaneceriam durante muitas décadas", acrescenta Laube.
fonte: Diário de Noticias
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