Natasha, a mais inteligente entre os 106 chimpanzés testados Divulgação
Novos estudos dirão que factores fazem um primata ser mais inteligente do que outro.
Natasha, primata do Santuário de Chimpanzés da Ilha de Ngamba, em Uganda, sempre pareceu diferente de seus colegas.
Ela aprendeu a escapar de sua jaula, provoca os assistentes que trabalham no local e tem sempre o melhor desempenho em testes de comunicação.
Agora, Natasha ostenta um novo título: génio. Na maior pesquisa já realizada para avaliar a inteligência de símios, cientistas avaliaram-na como a mais brilhante entre 106 chimpanzés.
— Natasha foi realmente muito melhor do que os outros chimpanzés —descreve a bióloga Esther Herrmann, do Instituto Max Planck de Antropologia Evolutiva, da Alemanha.
Esther e seus colegas começaram seu estudo comparando as habilidades de animais e de crianças humanas. Durante esta análise, a equipa reparou que, entre os chimpanzés, havia uma vasta gama de desempenhos.
Os investigadores, então, se perguntaram se haveria um teste para medir esta variação de inteligência dentro daquela espécie — e se seria possível medir os resultados, da mesma forma como o QI faz com os seres humanos.
As experiências físicas e sociais foram aplicados em 106 chimpanzés de santuários de Uganda e da República do Congo, e em 23 capturados e que estão na Alemanha.
Um dos testes pedia para que os chimpanzés encontrarem comida numa vasilha, após ela ser misturada a diversos recipientes vazios. Em outra prova, o símio deveria apanhar alimentos com uma vara numa plataforma mais alta.
Os investigadores analisaram os dados para determinar se a pontuação em alguns testes ajudariam a pressupor o desempenho em outros.
— Em geral, não víamos qualquer fator que permitira prever a inteligência em todas as áreas — lembra Esther. — Mas, entre todos os chimpanzés, uma se destacou pela performance excelente.
Era Natasha, que os funcionários do santuário — que alimentam os chimpanzés, limpam suas celas e os acompanham em suas caminhadas — sempre disseram que era a mais inteligente do local.
Mas não há qualquer factor na vida de Natasha — atenção extra ou mais tempo passado com humanos, por exemplo — que explique como ela se tornou tão astuta.
— A motivação e o temperamento provavelmente têm um papel - arrisca Esther. — São factores que serão objeto de maior análise.
Esther admite que pode ter sido apenas uma coincidência o alto desempenho de Esther em todas as áreas, e que outros chimpanzés, não avaliados nesta pesquisa, tenham o mesmo desempenho que ela.
A pesquisa quer avaliar uma que, embora tenha ficado fora deste estudo, já mostrou grande aptidão para resolver quebra-cabeças e testes, quando recebe recompensas.
Novas pesquisas com Natasha — e outros eventuais chimpanzés-génios — poderiam revelar que factores sociais ou genéticos fazem alguns primatas terem pontuação maior do que outros.
fonte: O Globo Online
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