O aparelho foi recuperado com a ajuda de uma testemunha que viu o acidente
Os corpos da tripulação de um bombardeiro Lancaster foram encontrados na Alemanha, 69 anos depois de desastre, em plena II Guerra Mundial. A descoberta foi feita por historiadores voluntários, guiados por uma testemunha que se lembrava de ter visto o desastre.
Os destroços do bombardeiro, que levava sete pessoas, foram descobertos em Frankfurt. O aparelho despenhou-se em junho de 1943, durante a II Guerra Mundial. Além da tripulação, foram encontrados objetos como o trem de aterragem e um motor Rolls Royce, reporta o jornal britânico "The Telegraph".
O Lancaster ED427 era um dos 327 bombardeiros que voltavam à base em Inglaterra, após um ataque a armamentos alemães na antiga Checoslováquia. Contudo, um ataque da artilharia antiaérea alemã atingiu o aparelho, sob o olhar de Peter Menges, que viu o Lancaster incendiar-se antes de despenhar-se e explodir.
Passados 69 anos, foi Peter Menges que guiou um grupo de historiadores amadores na busca pelos destroços. Nesta missão, Uwe Benkel e restantes voluntários tiveram que escavar um campo enlameado durante várias horas.
Benkel, funcionário numa seguradora, investiga desastres de aviação nos tempos livres. Em 25 anos examinou 400 acidentes e já recuperou os corpos de 38 aviadores.
Benkel havia começado a pesquisa sobre o Lancaster ED427 há pouco tempo quando encontrou Peter Menges, que lhe contou que, na época do desastre, os militares alemães enterraram dois corpos.
Após a guerra, o Governo britânico havia tentado encontrar os corpos, mas sem sucesso. Considerou-se então que o aparelho tinha caído no mar e os nomes da tripulação foram adicionados ao Memorial Runnymede, para militares sem sepultura conhecida.
Agora, com as indicações de Menges e o uso de detetores de metais e fotografias de radar, a equipa conseguiu encontrar, a cinco metros de profundidade, os corpos da tripulação e alguns destroços do aparelho.
Contudo, a investigação não foi vista com bons olhos pela população local, por tratar-se da busca de homens que se encontravam a bombardear as suas cidades.
Benkel afirmou ao "The Telegraph" que se sentiram obrigados a encontrar os corpos, para as famílias saberem quando e como morreram os entes queridos.
"A nossa opinião é que isto é passado e é História, foi há 70 anos. Somos de outra geração. Nós investigamos homens desaparecidos. Não faz diferença se são alemães ou britânicos; foram jovens que lutaram e morreram pelo seu país, logo merecem um enterro apropriado num cemitério", reiterou Benkel.
Alguns dos parentes já manifestaram gratidão aos voluntários, que fazem este trabalho para as famílias, com o intuito de assegurar que a história de vida dos falecidos tem uma conclusão.
A filha de um dos tripulantes, agora com 72 anos, afirmou que a tia ficou muito contente com a descoberta, pois sempre quis saber o que havia acontecido ao irmão.
Em princípio, os restos mortais dos dois pilotos serão sepultados no mesmo caixão, num cemitério da Commonwealth na Alemanha. "Estes homens voaram juntos e morreram juntos. Agora eles devem descansar juntos", afirmou Benkel.
fonte: Jornal de Noticias
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