quinta-feira, 27 de setembro de 2012

Hubble mostra a região 
do Universo mais longínqua, antiga e nítida de sempre

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As galáxias da imagem estão situadas numa pequena região da constelação da Fornalha (NASA)

O telescópio espacial Hubble fotografou o Universo na região mais distante de sempre e voltou a revelar uma imagem sem precedentes.

O Hubble já tinha apontado há 17 anos as suas potentes lentes para uma pequeníssima área do cosmos, que fica na constelação da Fornalha, que se vê do Hemisfério Sul. 

Essas imagens, então as mais distantes no Universo, resultaram de uma teimosia do director do Instituto Científico do Telescópio Espacial Hubble, que decidiu apontar o telescópio para um local longínquo, com poucas estrelas. Toda a gente lhe dizia que era um disparate gastar tempo de observação do telescópio, mais de dez dias ininterruptamente, a olhar para um sítio onde não havia nada. Puro engano: tanto a primeira dessas imagens, de 1995, como as seguintes, mostraram o Universo repleto de galáxias quando tinha apenas 800 milhões de anos. 

Mas agora, depois de gastar ao todo 23 dias a recolher luz de uma parcela desta mesma região, conseguiu não só uma maior nitidez desse pedaço do Universo, como ver mais longe. Só nessa região, agora a 13.200 milhões de anos-luz de distância, a imagem mostra 5500 galáxias. 

As 2000 imagens tiradas foram agora todas reunidas numa só. Este resultado é um salto em relação à imagem anterior. Os diferentes formatos das galáxias estão mais nítidos e mostram distinções entre elas. É possível observar galáxias cujo brilho é dez mil milhões de vezes mais ténue do que o olho humano vê.


A fotografia permite aos cientistas explorar o passado mais distante. O Universo existe há cerca de 13.700 milhões de anos, a Terra, por comparação, tem apenas 4500 milhões de anos. A idade do Universo é um dado importante quando olhamos para galáxias. Quando se observam objectos celestes que estão a 13.200 milhões de anos-luz, como as galáxias da fotografia, significa que a luz proveniente deles demorou todo este tempo a chegar até à Terra. 

“A maioria destas galáxias que agora vemos eram novas, quando ainda estavam a crescer. Muitas vezes este crescimento era violento à medida que colidiram e se fundiram com outras”, explica a Sociedade de Astronomia Americana. A galáxia mais jovem identificada formou-se “apenas” 450 milhões de anos depois do início do Universo, que começou com o Big Bang. Na fotografia, vêem-se também várias galáxias em espiral, que têm a mesma forma da Via Láctea, onde habita o nosso Sol e milhões de estrelas. 

Antes do Hubble ser lançado para o espaço, em 1990, as imagens mais distantes do Universo eram de galáxias a 7000 milhões de anos-luz, pouco mais de metade da distância que hoje a humanidade consegue ver cosmos adentro. Com o Hubble, o Universo continua a entrar-nos em casa.

fonte: Público

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