Na opinião dos médicos, Crowe não iria sobreviver
Um rapaz de 23 anos sofria de inflamação do miocárdio e estava pronto para receber um transplante de coração, que os médicos consideravam insuficiente para o salvar. No dia da cirurgia, o coração do jovem começou a bater sozinho, sem a ajuda das máquinas que o tinham mantido vivo até à altura.
Michael Crowe, um estudante de 23 anos do estado do Nebraska, EUA, havia sido diagnosticado com inflamação do miocárdio aguda.
Segundo a rede televisiva norte-americana "ABC", quando o jovem entrou na emergência de um hospital, em agosto, o seu coração apenas funcionava a 25%.
Crowe teve que ser transferido para o Centro Médico do Nebraska, altura em que a percentagem desceu para menos de dez por cento. O doente foi então ligado a uma máquina que fazia as funções de coração, bombeando sangue pelo corpo todo.
"Quando o coração para, considera-se que é morte clínica. Neste caso o seu corpo apenas se manteve vivo porque a máquina estava a bombear o sangue por ele", explicou à ABC John Um, diretor cirúrgico dos transplantes de coração no Centro Médico do Nebraska.
Crowe manteve-se ligado à máquina, em coma medicamente induzido, durante três semanas, ao final das quais foi encontrado um dador de coração compatível. Mas entretanto o jovem contraiu a infeção no sangue e os médicos concluíram que não deveria conseguir sobreviver após o transplante.
Ainda no mesmo dia, um dos médicos reparou que a pressão arterial de Crowe estava a aumentar, o que não podia acontecer se o corpo apenas estivesse a receber sangue artificialmente.
"O coração dele começou a trabalhar sozinho. O lado esquerdo estava a bombear sangue outra vez. O lado direito estava ainda fraco, por isso diminuímos o trabalho da máquina. Naquela altura, ele estava em muito boa forma" contou John Um.
A explicação dada pelo médico para a cura de Crowe é que a resposta imunitária do coração à doença foi "desligar-se" para combater a infeção, tendo conseguido fazê-lo sozinho. A máquina de bombear o sangue manteve o jovem vivo enquanto o coração se regenerava.
Para o médico, foi a primeira vez que o coração de um dos seus pacientes recuperou sozinho depois de estar tanto tempo ligado à máquina. Agora o jovem já se encontra em casa, de boa saúde.
Embora haja a possibilidade deste ter problemas de coração no futuro, John Um afirma que os jovens costumam fazer uma recuperação total, e que começam a surgir casos como estes na medicina.
fonte: Jornal de Noticias
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