No dia 29 de junho, irão recomeçar na Itália as escavações do sepulcro de Lisa Gerardini. O grupo de investigadores chefiado por Silvano Vinceti procura provas irrefutáveis de que foi precisamente a mulher do mercador florentino Francesco del Giocondo que serviu de modelo à Mona Lisa de Leonardo da Vinci.
Na série de obras de arte que nunca deixarão em paz não só os investigadores e historiadores, mas também os adeptos de mistificações e teorias da conspiração, o primeiro lugar indisputável pertence à Mona Lisa de Leonardo da Vinci.
Ano após ano, com uma regularidade invejável, a Gioconda é alvo da mídia mundial e “mais uma descoberta sensacional” dos historiadores ou dos investigadores de arte põe as mentes a fervilhar.
Mas se durante algum tempo não aparecer nenhuma descoberta nova, relativamente à obra de Leonardo, os investigadores recordam-se de teorias existentes há muito, mas quase esquecidas, e publicam-nas como se fossem resultados das últimas investigações.
Um dos apreciadores do que foi há muito esquecido é o professor Silvano Vinceti, que é o presidente do Comité Nacional de Reforço da Herança Histórica e Cultural.
Há um ano ele apresentou num discurso a afirmação que no quadro estava representada não a Lisa Gerardini, mas um jovem aprendiz do Leonardo chamado Gian Giacomo Caprotti. Ele trabalhou com o artista de 1490 a 1510 e pelas suas inúmeras travessuras ganhou a alcunha de Diabinho (Salai).
Essa hipótese já é conhecida há muito tempo e o interesse pelas investigações de Vinceti começou a esmorecer rapidamente. Mas vários meses depois, o incansável cientista informou o mundo de mais uma descoberta arrasadora.
Segundo afirmou, nos olhos da Gioconda estão desenhadas pequeníssimas letras e números. “São difíceis de detetar a olho nu, mas com uma lente de aumento os símbolos são visíveis. Eles foram pintados com tinta preta sobre o fundo verde-castanho,” – declarou.
Pressupõe-se que, ao decifrar os símbolos desenhados pelo artista, se consiga chegar a uma conclusão final sobre quem realmente está retratado nesta famosa pintura.
Não confiando, pelos vistos, na sua própria clarividência, nos finais de abril de 2011 Silvano Vinceti teve a iniciativa de efetuar escavações nos terrenos do convento feminino de Santa Ursula em Florença.
Foi lá que, segundo os documentos, foi sepultada Lisa Gerardini em 1542. Vincenti declarou que, se as buscas obtiverem sucesso, se poderá com as tecnologias modernas reconstruir o rosto da mulher afim de determinar de uma vez por todas se ela é a retratada no quadro de Leonardo.
A temporada arqueológica do ano passado não obteve os êxitos desejados, as escavações duraram de abril a dezembro, tendo entretanto os investigadores esgotado a verba. Vinceti conseguiu atrair um financiamento de 110 mil euros e os trabalhos vão recomeçar.
Enquanto os investigadores de arte tentam responder à pergunta quem foi o modelo de Leonardo, a opinião pública parece já estar saturada com a quantidade de versões.
Que diferença faz o nível intelectual da pessoa que posou para O Pensador de Rodin? Qual é a importância de se saber exatamente quem figura no retrato imortal de Leonardo?
Será que saber o nome do modelo pode alterar a percepção da obra de arte mais famosa do mundo? Talvez esteja na altura de deixar a beldade enigmática em paz e admirarmos simplesmente o encanto inenarrável do seu sorriso misterioso.
fonte: Voz da Rússia
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