segunda-feira, 25 de junho de 2012

Morreu Lonesome George, a última tartaruga gigante da sua subespécie


Lonesome George fotografado em 2001


George pertencia à subespécie Geochelone elephantopus abingdoni 


Imagem dos ovos da única vez que George se tentou reproduzir, em 2008 


Tratadores tentam remover o corpo de George após a sua morte 


Tratadores transportam o corpo de George 

A tartaruga gigante das ilhas Galápagos Lonesome George, que se tornou célebre por ser o último sobrevivente da sua subespécie, morreu prematuramente neste domingo com cerca de 100 anos, anunciou o Parque Nacional Galápagos, no Equador, em comunicado. O corpo foi encontrado por Fausto Llerena, tratador da tartaruga há 40 anos. 

Lonesome George, ou George solitário, foi encontrado na ilha Pinta em 1972, tinha cerca de 250 quilos e pertencia à subespécie Geochelone elephantopus abingdoni. Desde então que os cientistas tentaram sempre encontrar uma fêmea que, mesmo sendo de outra subespécie, tivesse compatibilidade genética com George para poderem ter descendência e preservar parte do património de que esta tartaruga era a última representante.

Contudo, Lonesome George – que até domingo o livro Guinness dos recordes listava como “a criatura viva mais rara do mundo” – sempre rejeitou todas as companheiras que lhe foram apresentadas. Na única tentativa que fez, com uma tartaruga com quem vivia há 15 anos, os ovos não progrediram. George partilhou o seu espaço sempre com outras companheiras, mas não voltou a tentar ser pai. Acabou por morrer um adulto jovem, com cerca de 100 anos, já que é comum que as tartarugas gigantes cheguem aos 200 anos.

Estando por determinar a causa da morte, o Parque Nacional Galápagos já fez saber que fará uma necropsia ao corpo de Lonesome George para tentar perceber as razões da morte prematura e recolher outro material que seja útil para futuros estudos. A tartaruga era um dos principais símbolos do parque, que atrai cerca de 180 mil visitantes todos os anos, e que está a ponderar conservar o seu corpo para que as futuras gerações possam ver esta espécie agora extinta.

Repartidas pelas várias ilhas e, algumas vezes, isoladas por acidentes geográficos intransponíveis, existem outras subespécies destas tartarugas gigantes nas Galápagos. 

No século passado, foram caçadas intensivamente pelas tripulações dos baleeiros que passavam pelas Galápagos. A perseguição prosseguiu à medida que as ilhas foram sendo habitadas. Para completar, os mamíferos introduzidos no arquipélago (como cabras, cães, gatos ou porcos) tornaram-se predadores das tartarugas ou passaram a competir pelo seu alimento. 

Em curso estão, por isso, acções de conservação e de reprodução em cativeiro das tartarugas gigantes. Ao todo ainda existem 20 mil exemplares.

fonte: Público

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